domingo, 23 de agosto de 2020

Refletindo Sobre a Benignidade da Dor!

 



 REFLEXÃO SOBRE A BENIGNIDADE DA DOR  

                   A dor é definida como uma sensação desagradável causada por lesão ou por estado anômalo dos órgãos; sofrimento físico ou moral; remorso e pena, e tem como função alertar que algo não vai bem, que algo está fora de lugar, que algo saiu do curso normal, ou seja, a dor na maioria dos casos funciona como um mecanismo de defesa.

Diante da definição do que é, e de sua função principal, o primeiro passo deve ser o de agradecer pela dor, pois se não fosse por ela muitas coisas em nossa vida não faria sentido.

É a dor do remorso que nos leva a pedir perdão pela ofensa feita ao próximo. É a dor causada pela tristeza, nos dias ruins, que nos leva a chorar em silêncio, nos leva a abraçar o travesseiro, e nos faz buscar as respostas no momento do desespero. É ela que nos leva a constatar os erros, nos traz o arrependimento, e nos obriga a movimentar a vida em um sentido diferente. É a dor sentida nos dias maus que nos faz entender o quanto praticar o mal é ruim, o quanto é sem sentido obstruir a nossa vida ou a do próximo por coisas banais, o quanto fazemos dramas por coisas insignificantes, o quanto a competitividade exacerbada, o se achar melhor machuca as pessoas. É a dor causada pelo prejuízo ou pela frustração que nos leva à conclusão do quanto agimos relaxadamente no cumprimento da tarefa, e nos impede de receber cada novo dia com um imenso sorriso.

Desde o jardim do Éden, a dor faz parte do cotidiano do ser humano. Para que a mulher iniciase o reconhecimento do mal praticado ao ouvir e seguir a voz da serpente, a condenação de Deus foi: multiplicarei as dores de tuas gravidezes, na dor dará filhos”.

Foi pela dor das chagas e do sofrimento físico, que Jó ao senti-la tanto no falar quanto no calar [Jó 16,6], pode declarar a Deus no momento em que ela cessou: “eu te conhecia só de ouvir, mas agora meus olhos te veem, e por isso, retrato-me e faço penitência no pó e na cinza.”

Foi pelo sofrimento físico e moral, pela injustiça, pela angústia da alma estar triste até a morte [Mc 14,34], que Jesus Cristo, o Deus Encarnado, homem sujeito à dor, com muitas dores carregou sobre si nossas dores, e pelas feridas destas dores nos curou [Is 53, 3 e 4]. Foi pela dor de ter sobre si o pecado da humanidade, pela dor sentida na crucificação e no derramar do próprio sangue, foi que Ele nos libertou do poder do pecado, nos concedeu o direito de sermos feitos filhos de Deus, e estar ao seu lado eternamente.  

Por tudo isso, tenhamos sempre gravado e escrito na mente, que em muitos momentos, de variadas formas: “a dor é algo benigno”!

OBS: “Foram as dores infligidas pelo pecado, em minha luta diária contra ele, que me possibilitou fazer esta reflexão”.

                     - QUE TAL TODOS REFLETIREM? -

Fabio S de Faria


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domingo, 9 de agosto de 2020

O Que é a História da Igreja Cristã?

 

O QUE É A HISTÓRIA DA IGREJA CRISTÃ?

A Historia da Igreja é um assunto relevante pelo qual o cristão deve nutrir um interesse especial, pois além do fundamento de sua fé estar firmado nesta historia, ela é também sua herança espiritual e a forma ideal para conhecer os bons exemplos do passado, poder imitá-los e assim evitar os erros, os quais a igreja frequentemente tem cometido.

Há várias maneiras para se definir a história:

1- Um acontecimento, um evento real, ou seja, algo que acontece no tempo e espaço como resultado da ação humana. Tal acontecimento é absoluto e objetivo, e só pode ser conhecido direta e plenamente por Deus, não se repetindo exatamente mais tarde em outro lugar. Porém, padrões paralelos podem aparecer para o historiador, porque pessoas podem se comportar semelhantemente em tempos e locais diferentes, e porque elas são pessoas que podem ser afetadas pelo bem ou pelo mal.

2- Informação a respeito de um acontecimento, uma informação sobre algo acontecido no passado, normalmente indireta, em forma de documento, ou objeto relacionado ao fato. Ao contrário do cientista que pode estudar seu material objetiva e diretamente, o historiador é subjetivamente limitado, pois, ele é uma parte do que estuda e precisa levar em consideração as ações de Deus no tempo e espaço, como também considerar o papel do homem na história como um agente livre, e compreender que seus dados são indiretos.

Alguns exemplos de historia como informação: "a catedral de São Pedro em Roma, uma bula papal, as catacumbas, etc.

3- Investigação ou pesquisa para checar e achar dados acerca do passado. A palavra "história" vem da palavra grega "historia", uma derivação do verbo grego "historeo", e ela foi usada pelos gregos da Ática, cujo significado original era aprender pela investigação ou pela pesquisa. Isto nos possibilita entender que a História é uma ciência distinta com um processo de pesquisa, onde o historiador testa a autenticidade, genuinidade e integridade de sua informação por meio de um cuidadoso estudo tanto do primeiro quanto do segundo plano de seu material.

4- Interpretação das respostas procuradas pelo historiador para as questões [Quem? Que? Quando? ou Onde?] quando considera a pergunta pelo significado de seus dados.

Os gregos, que usaram a palavra "historikos" [como outro termo para definir história], pensavam na história como sendo um produto da investigação, e, portanto, a interpretava fazendo uma reconstrução subjetiva do passado, à luz dos dados colhidos, dos pressupostos do historiador e do "clima da opinião" do seu tempo, além do elemento da liberdade da vontade humana, uma reprodução que não consegue narrar totalmente o passado, pois, por ser parcial torna-se sujeita a erros e pressuposições humanas. Um consenso acerca do passado irá emergir, porém, à medida que um historiador examina o trabalho de outro. Esta é geralmente o tipo de história estudado por pessoas em uma sala de aula. Embora a verdade absoluta quanto ao passado possa vir a ser um desapontamento para o historiador, ele irá, conforme seus dados permitirem, apresentar a verdade acerca do passado de um modo objetivo e imparcial. Portanto, esta discussão nos proporciona saber que a HISTÓRIA pode ser "evento ou acontecimento", ou "pesquisa ou processo e produto", ou "interpretação".A história, como "evento", é absoluta, e ocorre somente uma vez no tempo e espaço, mas a história, como "informação", "pesquisa", e "interpretação", é relativa e sujeita a mudança.

A História pode ser definida como o relato interpretado do passado humano socialmente importante, com base em dados organizados e reunidos pelo método científico a partir de fontes arqueológicas, literárias ou vivas, e o historiador da Igreja deve ser tão imparcial na coleta de dados da história quanto o historiador secular, muito embora se precise reconhecer que ninguém pode ser neutro diante dos dados, uma vez que cada um tratará do material com uma estrutura própria de interpretação. Portanto, a História da Igreja, é o relato interpretado da origem, progresso e impacto do cristianismo sobre a sociedade humana, é a história interpretada e organizada da redenção do homem e da terra, e, caso esta definição não seja observada, o cristão jamais poderá fazer um relato cuidadoso da história da FÉ que ele professa. Neste ponto, os "filhos da luz", não podem ficar atrás dos "filhos das trevas".

DEUS É TRANSCENDENTE EM RELAÇÃO À CRIAÇÃO, MAS IMANENTE NA HISTÓRIA E NA REDENÇÃO.

Fabio Silveira de Faria

FONTE: Livro: "O CRISTIANISMO ATRAVÉS DOS SÉCULOS" - Uma História da Igreja Cristã de EARLE E. CAIRNS.


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