REFLEXÃO SOBRE A
BENIGNIDADE DA DOR
A dor é definida como uma
sensação desagradável causada por lesão ou por estado anômalo dos órgãos;
sofrimento físico ou moral; remorso e pena, e tem como função alertar que algo
não vai bem, que algo está fora de lugar, que algo saiu do curso normal, ou
seja, a dor na maioria dos casos funciona como um mecanismo de defesa.
Diante da definição do
que é, e de sua função principal, o primeiro passo deve ser o de agradecer pela
dor, pois se não fosse por ela muitas coisas em nossa vida não faria sentido.
É a dor do remorso que
nos leva a pedir perdão pela ofensa feita ao próximo. É a dor causada pela
tristeza, nos dias ruins, que nos leva a chorar em silêncio, nos leva a abraçar
o travesseiro, e nos faz buscar as respostas no momento do desespero. É ela que
nos leva a constatar os erros, nos traz o arrependimento, e nos obriga a
movimentar a vida em um sentido diferente. É a dor sentida nos dias maus que
nos faz entender o quanto praticar o mal é ruim, o quanto é sem sentido
obstruir a nossa vida ou a do próximo por coisas banais, o quanto fazemos
dramas por coisas insignificantes, o quanto a competitividade exacerbada, o se
achar melhor machuca as pessoas. É a dor causada pelo prejuízo ou pela
frustração que nos leva à conclusão do quanto agimos relaxadamente no
cumprimento da tarefa, e nos impede de receber cada novo dia com um imenso sorriso.
Desde o jardim do Éden, a dor faz parte do cotidiano do ser humano. Para que a mulher iniciase o
reconhecimento do mal praticado ao ouvir e seguir a voz da serpente,
a condenação de Deus foi: “multiplicarei as dores de tuas
gravidezes, na dor dará filhos”.
Foi pela dor das chagas e do sofrimento físico, que Jó ao senti-la tanto no falar quanto no calar [Jó
16,6], pode declarar a Deus no momento em que ela cessou: “eu te conhecia só
de ouvir, mas agora meus olhos te veem, e por isso, retrato-me e faço
penitência no pó e na cinza.”
Foi pelo sofrimento físico e moral, pela injustiça, pela angústia da alma estar triste até a morte [Mc 14,34], que Jesus Cristo, o Deus Encarnado, homem sujeito à dor, com muitas dores carregou sobre si nossas dores, e pelas feridas destas dores nos curou [Is 53, 3 e 4]. Foi pela dor de ter sobre si o pecado da humanidade, pela dor sentida na crucificação e no derramar do próprio sangue, foi que Ele nos libertou do poder do pecado, nos concedeu o direito de sermos feitos filhos de Deus, e estar ao seu lado eternamente.
Por tudo isso,
tenhamos sempre gravado e escrito na mente, que em muitos momentos, de variadas
formas: “a dor é algo benigno”!
OBS: “Foram as dores
infligidas pelo pecado, em minha luta diária contra ele, que me possibilitou
fazer esta reflexão”.
- QUE TAL TODOS
REFLETIREM? -
Fabio S de Faria
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