sábado, 17 de fevereiro de 2018

O PECADO NA ATUALIDADE


[O Sr ORMELINDO caminhava tranquilamente por certa calçada, e só se lembrou do buraco que havia em seu sapato, quando inadvertidamente pisou em um cigarro aceso jogado ao chão. A brasa do cigarro em contato com a meia de nylon formou uma “goma pegajosa abrasante” causando-lhe uma queimadura bem dolorida, pois, devido sua tendência à obesidade encontrou dificuldades para executar o ato de abaixar, descalçar o sapato e, consequentemente se livrar da meia que grudara em sua pele. Este incidente fez com que o Sr ORMELINDO tomasse uma decisão radical em relação ao seu vestuário futuro: “DECIDIU QUE A PARTIR DAQUELE MOMENTO JAMAIS IRIA CALÇAR MEIAS”].
              << A decisão do Sr ORMELINDO em relação ao “buraco do sapato” é análoga à ação adotada pelo “CRISTIANISMO INSTITUCIONAL" no que se refere ao ensino, e ao próprio combate ao pecado, pois na maioria das vezes, elege-se como prioridade solucionar as consequências desprezando por completo a busca e eliminação das causas." >>
Diversas instituições cristãs, tanto as católicas quanto as evangélicas, simplesmente estão direcionando seus membros a olhar para as árvores sem considerar que elas sejam partes integrantes e formadoras da floresta, pois, a ênfase de seus ensinos está na priorização do abandono da prática de atos pecaminosos externos individuais, pautando o pecado como uma questão de ética e de moral e não como rebeldia contra Deus.
O “padrão” atual ensina que o BOM CRISTÃO é aquele que cuida bem de sua família, é o que obedece aos superiores, é o que não tem vícios (aliás, beber e fumar parecem ser os pecados mais graves existentes), é o que lê a Bíblia todos os dias. o que recita de cor vários versículos, é o que paga os impostos em dia, é o que não tem seu nome cadastrado nos órgãos de proteção ao crédito, é o que paga ou devolve religiosamente o dizimo, é o que se faz presente em todas as atividades da igreja, é o que coopera com alimentos para a cesta básica do necessitado, é o que não adultera, é o que não mantém relações sexuais antes do casamento, é o que não furta e nem mata, é o que não profere palavras torpes etc. 
Todas as atitudes citadas, sem exceção, são maravilhosas, dignas de elogio e devem ser incentivada, e praticada por todos, porém, são comportamentos independentes da graça de Deus. Inclusive, muitas dessas atitudes descritas se constituem em regra de praxe de instituições não cristãs. Portanto, praticá-las não significa combater o pecado, não significa testemunhar Cristo como Senhor de nossas vidas; e consequentemente, não significa proclamar a “boa nova” de que na cruz, Cristo (Deus encarnado) nos libertou do poder exercido pelo pecado.
Na atualidade, o cristianismo está dominado por uma visão triunfalista, e essa visão induz a uma pregação antropocêntrica que na essência produz motivações facilitadoras à conservação do pecado, pois são pregações que ensina e incentiva as pessoas serem individualistas, preocupadas somente com a resolução de seus problemas, ou com o realizar dos próprios desejos.
Como exemplo desta visão, pode-se destacar:
1 - as “reuniões de oração”, onde a maioria dos pedidos é centrada em particularidades, em individualidades;
2 - as “campanhas das sete semanas e suas variantes” (cada igreja procura uma forma mais atrativa e bombástica), onde o propósito é o de obter a vitória pessoal (no casamento, na profissão, nos negócios etc.);
3 - a musica cuja ênfase é “louvar um deus individualista” [“faz um milagre em mim”; “Deus cuida de mim”; “hoje o meu milagre vai chegar”].
A pregação que tem como ponto central o bem estar do homem, cuja ênfase está no combate às transgressões pessoais e aos atos pecaminosos individuais, é uma pregação impeditiva para os cristãos viverem em perfeita comunhão exercendo o papel, que como igreja lhes foi determinado: "serem anunciantes da chegada do Reino de Deus, ao proclamar a libertação do poder exercido pelo pecado através do que Cristo realizou na Cruz, ao testemunhar sua ressurreição dos mortos, e a consequente propiciação da Vida Eterna aos que crerem nesta obra."
Obs: Este texto faz parte do estudo REFLEXÃO E PARADIGMA"
Fabio S. de Faria


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