domingo, 21 de fevereiro de 2021

Os Habitantes do Reino do Meu "EU"

                             Eu disse a Deus: “Senhor tenho buscado seguir os ensinos de Jesus, tenho buscado um conhecimento melhor da Bíblia, tenho buscado ajudar as pessoas, mas as dificuldades, os contratempos não diminuem, a colheita tem sido escassa e improdutiva, não consigo entender o porquê, a razão para tanta angústia”.

                              A resposta veio de forma dura, chocante e categórica: “você foi bastante impertinente em sua indagação, nem merece resposta, porém pela minha imensa misericórdia lhe proporcionarei a visão das construções e dos habitantes do seu reino interior, assim como lhe darei a chance de um arrependimento sincero e verdadeiro”.

                   De imediato, diante de meus olhos, uma porta se abriu colocando à mostra tudo quanto existe no reino do meu “eu", e o Sr Discernimento já estava à espera, preparado para me guiar pelos tortuosos caminhos do reino. 

A primeira construção com a qual me deparei foi a de um grande palácio em cuja sala principal há vários tronos. O trono central está ocupado pela rainha Vaidade, do lado direito o trono de seu marido, o Egoísmo, e do lado esquerdo mais quatro tronos nos quais estão assentadas as princesas: Soberba, Arrogância, Prepotência e Impiedade. Em frente aos tronos há duas grandes cadeiras, e nelas se assentam os dois principais súditos de sua Majestade: o duque Orgulho Próprio e sua esposa Justiça Própria. 

                      Olhei para o Discernimento e ele me informou que estávamos no palácio “Velha Natureza”, e que na atualidade as pessoas ali presentes são as responsáveis pelo governo do reino, e detêm praticamente o domínio sobre tudo que há nele. 

               Olhando por uma das janelas da sala avistei uma pequena construção inacabada; a sua volta vi um jardim mal cuidado e algumas árvores frutíferas sem folhas, sem flores e sem frutos. Rapidamente saí do palácio, fui até a construção inacabada, e então pude ver em seu interior algumas pessoas tristonhas aparentando estarem famintas e desnutridas. Virei-me para o Discernimento e ele com calma informou: “esta construção inacabada é o palácio Nova Natureza, e estas pessoas são aquelas que você recebeu a incumbência de alimentar, mas não o fez. Em realidade estas são as pessoas que deveriam e devem governar este reino. 

       Quando Deus disse que daria a você a chance de um arrependimento sincero e verdadeiro, Ele simplesmente lhe outorgou a missão de reconduzir estas pessoas ao lugar que devem estar. Eis que lhe apresento a Humildade, o seu marido Amor ao Próximo, suas filhas Caridade, Benignidade, Bondade e Generosidade. Só você pode fornecer-lhes os meios e os víveres necessários para que a construção do palácio seja concretizada, e elas possam assumir o comando do reino. Se você assim o fizer, elas irão libertá-lo da escravidão que lhe foi imposta pelos habitantes da “Velha Natureza”.

         Assim como veio, a visão se foi, porém uma grande faixa ficou fixada em minha mente, e nela está escrito: 

               "A RESPOSTA FOI DADA. COLOQUE EM AÇÃO O QUE LHE FOI DITO PELO DISCERNIMENTO. ALIMENTE OS HABITANTES DA NOVA NATUREZA E ELES O ALIMENTARÃO".

Fabio S Faria




 

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