1ª Carta Aos Coríntios, Capítulo 13!
O conteúdo do capítulo 13 é constituído por um hino o qual se denomina
Hino à Caridade. Ele faz parte do assunto “A Ordem nos Cultos” que é composta
pelos capítulos 11, 12,13, e 14. O seu contexto está inserido no tema que trata
de como os cristãos deveriam se comportar em relação ao uso dos dons
espirituais. Após explicar como deveria ser feito o uso destes dons durante as
reuniões, o apóstolo Paulo conclui dizendo que eles deveriam aspirar aos
melhores dons e explica como isto deveria ser feito: “Passo agora a mostrar-lhes um caminho ainda mais excelente”,
e então ele começa a citar o hino à caridade [o amor fraternal, o ágape] o
dividindo em três partes:
Versos 1 a 3 – a superioridade da caridade.
Versos 4 a 7 – as obras da caridade.
Versos 8 a 13 – a perenidade (perpetuidade) da
caridade.
Ao contrário do amor passional e egoísta, é um amor de dileção [amor espiritual] que quer o bem do próximo. A fonte da caridade
está em Deus, que nos amou primeiro (1ª João 4.19) e entregou seu Filho para
reconciliar consigo os pecadores – Dificilmente
alguém dá a vida por um justo. Por um homem de bem talvez haja alguém que se
disponha morrer, mas Deus demonstra seu amor para conosco pelo fato de Cristo
ter morrido por nós quando ainda éramos pecadores –
tornando-nos seus eleitos – Nele nos escolheu
antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante Dele no
amor – e seus filhos – Vede que
manifestação de amor nos deu o Pai: sermos chamados filhos de Deus-.
Atribuído primeiramente a Deus, esse amor, que é a
própria natureza de Deus encontra-se da mesma forma também no Filho que ama o
Pai, como é amado pelo Pai, e compartilha o amor do Pai pelos homens, homens
pelos quais Ele se entregou. É também o amor do Espírito Santo que o derrama no
coração dos cristãos fazendo com que se cumpra neles o preceito essencial da
Lei, - Deus enviando o seu próprio Filho em carne semelhante a
do pecado, e em vista do pecado, condenou o pecado na carne, a fim de que o
preceito da Lei se cumprisse em nós, que não vivemos segundo a carne, mas
segundo o espírito – que é o amor a Deus e ao próximo, pois o amor
aos irmãos, e até aos inimigos é a consequência necessária e a genuína prova do
amor a Deus – Se alguém possuindo os bens deste mundo vê
seu irmão na necessidade, e lhe fecha as entranhas, como pode permanecer nele o
amor de Deus? Se alguém disser: “amo a Deus”, mas odeia o seu irmão é um
mentiroso, pois quem não ama o seu irmão a quem vê, a Deus, a quem não vê, não
poderá amar -.
Esse amor é o mandamento novo que Jesus deixou e que os
seus verdadeiros discípulos não cessam de estimular. É um amor baseado na
sinceridade e na humildade, no serviço e no mútuo sustento, um amor que deve
ser provado por atos – Não amemos com palavras nem com a língua, mas
com ações e em verdade --, um amor que deve ser observado no seguir
os mandamentos do Senhor, fazendo com que a fé seja efetiva – Em Cristo
Jesus, nem a circuncisão tem valor, nem a incircuncisão, mas apenas a fé agindo
pela caridade, pois assim velaremos uns pelos outros, para nos estimularmos à
caridade e às boas obras. –
Esse amor é o vínculo da perfeição, e se apoia no amor de
Deus. A caridade não nada teme, exercendo-se na verdade concede o genuíno
sentido moral abrindo a mente do homem ao conhecimento espiritual do mistério
de Deus – O amor vem de Deus e todo aquele que amam nasceu de Deus
e conhece a Deus – e do amor de Cristo, que ultrapassa todo
entendimento.
Enfim, é a Caridade que nos faz habitar na pessoa de
Cristo nos capacitando a testemunhá-lo em um mundo que jaz no maligno.
Fabio S. Faria
FONTE: Bíblia de Jerusalém.
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