Social Service
Fr
Frequentemente me
perguntam quando e como me tornei interessado no moderno “evangelho
social”.
A pergunta não pode
ser respondida, pois tal interesse é inseparável do desenvolvimento de minha
atitude cristã e minha carreira desde o início. As crianças pobres de algum país imigrante, nossos vizinhos, em nossa escola do interior, não tinham o
suficiente para comer e eu instintivamente sabia que deveria repartir minha
merenda com eles. Eu testemunhei as devastações da guerra civil e subsequente
desorganização da sociedade e o sofrimento do povo. Em Nashruille, durante um
ano e meio eu auxiliei os pobres trabalhadores empregados nas fabricas
industriais. Lá eu também encontrei as necessidades e problemas dos negros
através da Universidade Fish. Não me ocorreu que a religião que eu professava e
sobre a qual pregava, não tivesse mensagem ou aplicações para os problemas com os quais eu entrava em contato diariamente. Nunca concebi religião
exclusivamente em termos de “outro mundo”.
Quando cheguei ao
Brasil, encontrei problemas sociais de natureza muito mais séria. A escravidão
ainda predominava, e as concepções modernas de humanizações estavam ausentes em
setores como saneamento, saúde pública, cuidados com as crianças e tratamentos
dos criminosos.
As condições eram
muito mais primitivas do que qualquer coisa que eu havia conhecido nos
Estados Unidos, especialmente no interior. Alguém com meu “leachgnound” e
treinamento não podia deixar escapar a convicção de que como um ministro
cristão, eu havia sido chamado a fazer alguma coisa a respeito disso.
Quando mais tarde
eu li os trabalhos de Rauschenbush sobre o evangelho social, minhas ideias
se clarificaram e
se aprofundaram minhas convicções, mas elas não acrescentaram nada
essencialmente novo.
Em 1880 sofri um
ataque de febre amarela. Miss Epanbery com quem eu casaria, contraiu a doença
no mesmo ano. Quatro anos mais tarde nossa pequena filha sofreu da mesma
doença. Alguns dos missionários que me precederam e também alguns colegas haviam contraído a doença.
Os que receberam maiores cuidados sobreviveram, porém muitos outros foram enterrados vitimas da devastação deste flagelo.
Os que receberam maiores cuidados sobreviveram, porém muitos outros foram enterrados vitimas da devastação deste flagelo.
Febre amarela não
era a única epidemia no Brasil. A varíola frequentemente se espalhava pela
comunidade; a média de mortes por tuberculose era quase tão alta quando a da
febre amarela e estava sempre crescendo. As doenças venéreas eram comuns, e a
mortalidade infantil era alta atingindo níveis alarmantes; milhares de leprosos
se misturavam livremente com a população em geral.
Pouco ou nada
estava sendo feito a respeito destas coisas. Saneamento e método de combate, ou
eram desconhecidos ou negligenciados. A atitude de oficiais e do público em
geral era de fatalismo desanimador; eles encaravam estas devastações como
sinais divinos e se satisfaziam em deixar a situação para a providência.
Não havia no Rio de
Janeiro hospitais com enfermeiras treinadas para a comunidade estrangeira. Meu
amigo Mr. A. J. Iamoureux, editor do “Rio Nws” tinha chamado a atenção para a
necessidade de tal instituição, mas nada estava sendo feito a respeito. Pareceu-me
ser parte de meu dever, e apesar de minhas relações e influência serem
limitadas resolvi tomar a iniciativa.
Certa manhã
caminhava pela Rua General Câmara (antes Rua do Salão) próxima a casa de um
cavalheiro inglês, Mr. P. S. Nicholson e apresentei a ele uma lista de
subscrições que tinha preparado. Fui cordialmente
recebido e encorajado.
Mr. Nicholson e outros desenvolveram um plano de ação, e conseguiram os fundos necessários para que fundássemos o Hospital dos Estrangeiros e trouxéssemos da Inglaterra enfermeiras treinadas.
Mr. Nicholson e outros desenvolveram um plano de ação, e conseguiram os fundos necessários para que fundássemos o Hospital dos Estrangeiros e trouxéssemos da Inglaterra enfermeiras treinadas.
Em 09 de janeiro de
1893 realizamos a cerimônia de inauguração na presença de um grande número de
pessoas da comunidade de língua inglesa, e de um grupo de médicos brasileiros
e dignitários. Fui
membro da junta de Diretores, e por 20 anos o presidente. Hoje sou o único
membro sobrevivente da Junta.
O Hospital dos
Estrangeiros proporcionou uma contribuição pioneira para o desenvolvimento do
serviço de enfermagem adequado, e por 50 anos tem estado a frente da ciência
médica. Ele estimulou a organização dos serviços médicos no Brasil em sua
totalidade.
A necessidade de um hospital protestantes
estava sendo sentida e minha iniciativa e participação na fundação do Hospital
dos Estrangeiros despertou o interesse que levou à fundação da Associação do
Hospital dos Evangélicos, do qual me tornei um membro provedor, e desde então tenho servido como
presidente e tesoureiro. O projeto foi coroado de sucesso e o hospital foi
construído numa base inteiramente denominacional.
Ele não somente
prestou um importante serviço médico, como também ampliou a esfera de aço e de
influência do movimento protestante ajudando a criar um espírito de cooperação.
Mas o que podia ser
feito a respeito da temível devastação da febre amarela? Em 1901 o primeiro
raio de luz apareceu quando eu li a respeito das investigações levada a efeito
em Cuba, e os notáveis resultados que foram conseguidos pelos doutores Walter
Reed, Carlos J. Finley, Jesse Lazear, ª Agromante e James Carroll. Naquele ano
Mrs. Tucher e eu assistimos uma Conferencia Ecumênica em Londres, e no nosso
retorno visitamos os Estados Unidos.
Através dos pais de
Mrs. Tucher, Bispo e Mrs. Epanbery, nós encontramos Mrs. Blincol, irmã do Dr.
Reed a quem nós relatamos nossas experiências não só como vitimas da febre
amarela, mas também como enfermeiros de outras vitimas. Não foi possível, na
época arranjar um encontro com Dr. Reed, mas Mrs. Blincol se prontificou a
apresentar nossos desejos para ele. Pouco depois de retornar ao Brasil, recebi
uma carta do Dr. Reed, na qual ele expressava interesse em nossos problemas e
oferecia cooperação completa. Ao mesmo tempo mandou cópias da literatura então
encontrada, incluindo “A Etiologia da Febre Amarela” e “observações e
pesquisas”.
Nesta época o Dr.
Osvaldo Cruz distinto médico e cientista que se tornaria famoso por erradicar a
febre amarela no Brasil, era presidente da junta Médica Publica. Transmiti a
ele as cartas e os documentos enviados pelo Dr. Reed. Também consegui em
Washington literaturas de mais pesquisas, e por dois anos correspondi
fervorosamente com o Dr. Reed e seu sucessor, Dr. Carroll, e entregava as
cartas ao Dr Cruz que as mandava
traduzir, e as publicava.
O Dr. Cruz delineou
um plano de ação, e organizou uma campanha contra a febre amarela. Por minha sugestão
publicou um folheto indicando o que era necessário, em matéria de cooperação
pública e colocou-o em todas as casas da cidade.
Eu não posso,
adequadamente, mostrar a dificuldade enfrentada pelo notável medico quando ele
começou a campanha de erradicação da doença. Seu cargo, por exemplo, era uma
nomeação política, e só podia assumir o trabalho se lhe fosse assegurado que a
política não interferiria em seus planos e em seu mandato oficial por um bom
período. Foi assim que ele explicou para as autoridades, e foi capaz de obter
as requeridas garantias. Minha parte foi somente à correspondência com a
América e a transmissão das cartas, além de matérias com palavras de
encorajamento ao Dr. Cruz.
Mas isto me deu prazer e um sentimento de
gratidão por ter podido cooperar no que eu via, como uma aplicação do Evangelho
de meu Mestre às necessidades de uma grande raça.
Os mosquitos
mortíferos tinham infestado a cidade em 1849. As condições e os hábitos do povo
favoreciam a reprodução, portanto, o problema era destruir o local de
reprodução e as fontes de suprimento. Desde o início das construções tinha sido
costume cercar os lotes e as casas com muros e sobre eles eram colocados uma
mistura de cimento, cacos de garrafas quebradas, e pedaços de vidro.
A água contida nos
pequenos receptáculos destas paredes era uma fonte prolífica de insetos. Dr.
Cruz ordenou que aquela mistura com os cacos de garrafa e os pedaços de vidro
fosse retirada de todas as construções e as substituíssem por com cimento
liso.
Latas velhas, assim
como lixo em quintais e lotes vazios foram removidos.
Pano roto e
entulhos que eram atirados de prédios mais altos para os adjacentes de tetos
mais baixos absorviam água e favoreciam a reprodução de mosquitos. Capim e
ervas cresciam nos tetos de edifícios. Para conseguir a aprovação e cooperação
do povo no ataque a todas essas coisas requeria muita habilidade e paciência.
Centenas de
trabalhadores em todas as partes da cidade reembocavam paredes, limpavam os
telhados, varriam as ruas e coletavam lixo. Homens ou sinais avisavam os
pedestres a evitar as áreas onde os trabalhos estavam sendo efetuados e o lixo
acumulado. Era necessário entrar em propriedades particulares para matar os
mosquitos nos sótãos e lugares úmidos e escuros dos edifícios. Certa ocasião
nossos vizinhos ficaram em nossa casa enquanto sua casa estava sendo
desinfetada, depois nós ficamos na casa deles enquanto a nossa passava pelos
mesmos processos severos e completos.
Dr. Cruz iniciou
sua campanha em 20 de abril de 1903. Naquele ano houve 584 mortes de febre
amarela. No ano seguinte houve só 84 mortes. Em 1908 houve 5 mortes, depois do
que a doença foi declarada erradicada da capital do Brasil.
Em suas cartas
o Dr Carrol sucessor do Dr Reed, já falecido, deu-me o prazer de transmitir não
só esta mensagem “Eu me congratulo com vocês de todo coração, pela
luta contra a febre amarela”, como muitas outras mensagens de
congratulações dos Estados unidos para o Dr. Cruz e seus associados que haviam
vencido a batalha.
O sucesso desta campanha contra a febre
amarela atraiu a atenção do mundo inteiro, e deu um novo ímpeto ao notável
esquema de saneamento e de melhorias propostas pela administração do Presidente
Rodrigues Alves.
Numa área de ruas
estreitas e congestionadas que se
estendia através do centro comercial até o cais da Prainha, à margem d’água, do
Boqueirão do Passeio, 590 edifícios foram demolidos abrindo o caminho para a
moderna e popular Avenida Rio Branco, que se constituiu na principal via de
escoamento através da cidade. Um paredão junto ao mar de 3 milhas de
comprimento foi construído, e o Morro do Senado foi demolido e o lixo jogado
atrás do paredão para permitir uma nova área de edifícios de muitos milhares
(Squase Yards).
Assim foi o inicio do desenvolvimento
moderno do Rio, mas estes melhoramentos não cobriram toda a cidade.
Milhares de trabalhadores vieram de todas as partes do Brasil e se assentaram
numa área já superpovoada, ou seja, nas encostas dos morros e outros locais
próximos. Os belos prédios previamente destinados a ser ocupados por
pessoas prósperas tornaram-se cortiços superlotados e lá se desenvolveram os
"bairros cortiços", nos quais as condições de vida eram na maioria
das vezes indescritíveis.
Nas tardes de domingo, eu
frequentemente andava por estas ruas e becos repletos de pessoas
observando as faces e os movimentos de homens, das mulheres e das crianças,
pedindo a Deus que eu pudesse achar uma maneira de fazer alguma coisa para
melhorar suas condições.
Eu era o Secretario
da Sociedade Bíblica, e então enviei colportores para aquela zona para
distribuir cópias da Bíblia, e em resposta recebi alguns relatórios
interessantes. Um dos colportores me pediu para ir com ele a certo lugar na
hora do almoço. Lá encontramos um grupo de 42 trabalhadores sentados em tábuas
de madeiras, pedras, ou no chão. Um dos homens sabia ler e após ter comido
rapidamente seu lanche, leu em voz alta para os que comiam mais devagar o Novo
Testamento. Esta foi a rotina diária até que todo o Novo Testamento houvesse
sido lido. Então perguntaram ao colportor se ele recomendaria outro livro, e
ele o recomendou. Mas em nossa visita seguinte fomos informados de que os
homens não gostaram do segundo livro como do primeiro, e então eles estavam
lendo o Novo Testamento do começo ao fim.
Meu interesse nesta zona aprofundou-se e eu
resolvi arranjar um lugar para reuniões, instituição e serviços gerais.
Consultei os missionários e fui informado que as juntas não poderiam
ajudar.
Apresentei a situação
para alguns amigos e realizamos alguns encontros, em intervalos regulares por
vários meses, porém não conseguimos formular um plano de ação.
Um dia recebi uma
carta de Mr. C. Hlay Walher residente em Londres, que era para mim um
desconhecido, porém sua firma era a encarregada pela remoção do Morro do Senado
e pela construção do cais do porto. Ele havia ouvido a respeito da minha
atitude em doar Bíblia aos seus trabalhadores, e por esta razão sugeriu que sua
companhia se prontificasse a procurar meu escritório no Rio de Janeiro e
oferecesse uma ajuda. Em uma visita ao meu grupo de amigos, o emissário da
empresa me disse: “tenho esperado por você por vários dias”, e acrescentou:
“tenho ordens para entregar-lhe 250 pomadas”. Esta era uma quantia muito maior
do que eu esperava, mas além dela, Mr. Walher e sua esposa contribuíram também
com quantia semelhante por sete anos, até que fosse completado o trabalho sob
sua direção.
Consegui um salão,
comprei cadeiras, uma mesa e enviei convites para as pessoas virem assistir a
pregação inicial de um sermão na tarde do domingo, 13 de maio de 1904, o
aniversário da assinatura da Lei Áurea.
Mais de 225 pessoas
encheram o pequeno salão, e foi assim que começou a "Missão central do
agora Instituto Central do Povo", que através dos anos tem expandido seu
trabalho e tem se tornado o mais importante centro social protestante em todo
Brasil.
O Instituto Central
do Povo ficava localizado próximo do cais do porto, onde marinheiros de todas
as partes do mundo caminhavam à toa pelas ruas, enquanto seus navios estavam
ancorados, já que não havia missão ou abrigo para marinheiros no Rio. Esta
necessidade me deixou bastante preocupado, e então me dispus a fundar uma
missão para abrigar estes marinheiros..
Procurei auxílio
das firmas de negócios, e das pessoas aqui no Brasil, e em Londres que faziam
parte da Associação Britânica, e também na Sociedade de Amigos dos Marinheiros
em N Y. O meu apelo recebeu apoio e ajuda de todas estas associações. Foram
conseguidas salas e mobílias, e a missão dos marinheiros tornou-se uma
realidade. Relatos de sua existência e de seu trabalho foram levados por
marujos ao redor do mundo, e ela tornou-se uma bem conhecida instituição de
caráter internacional. Por motivo de minha atividade neste aspecto
convidaram-me para participar de uma conferência internacional em benefício do
marinheiro e da inauguração do novo Instituto dos Marinheiros em N.Y. em 1.908.
Como um penhor pela
apreciação, a Companhia Lamport e Holt e a Companhia brasileira Lo Hoyal
doaram-me passagem de ida e volta para N.Y nesta ocasião.
As necessidades das
massas e especialmente das numerosas crianças nas ruas e nos becos perto de
nosso salão alugado, pedia um serviço muito além do nosso programa
original de pregação e distribuição de bíblias, requerendo mais espaços e
trabalhadores, do que podia ser conseguido com os fundos que podíamos arranjar.
Eu expus a situação para o presidente de uma grande empresa de serviço público
que ficou interessado e me levou ao diretor geral a quem repeti o apelo, em
resposta ele me perguntou: “Que tal dois contos de réis para você começar?”.
Aquilo era $600 muito mais do que eu ousava esperar. Com isto instituímos uma
escola diária, classes noturnas e um jardim de infância. Foi o primeiro jardim de
infância estabelecido no Rio, e, portanto atraiu muita atenção. Estudantes de
escola normal vieram para ver e aprender, e eu tenho tido o prazer de ver
vários, outros jardins de infância estabelecidos sob o controle
governamental.
Os nomes de C. Hlay
Walher, Si Alexander Machskenzie e F. H. Iluntrers, junto com muitos outros,
cujos nomes são impossíveis de se mencionar aqui, serão para sempre lembrados
por sua cooperação em tomar possível a origem e o sucesso do Instituto Central
do Povo.
A proposta de sanar
as necessidades, uma vez começado parecia não ter fim, e sempre surgiam mais.
As condições dos dentes das crianças foi uma das primeiras necessidades
apresentadas, pois, indicavam total falta de atenção e frequentemente
resultavam em dor. Falei com o Dr. J. W. Coackman, que foi chamado o “Pai dos
trabalhos dentários do Rio”. Além de oferecer seus serviços profissionais,
conseguiu escovas e ensinou as crianças a usá-las.
Médicos foram
consultados e solicitamos a eles fazer um trabalho voluntário tratando as
crianças cujos pais não podiam pagar pelos seus serviços.
Estas atitudes
propiciaram a estruturação e organização de clínicas médicas e dentárias, que
funcionassem permanentemente, e então publiquei no “Jornal do Comércio” um
artigo sobre a necessidade de enfermeiras com prática para treinar candidatas
que se dispusessem a aprender o ofício.
O anúncio despertou
algum interesse, e consegui o auxilio de uma enfermeira do Hospital dos
Estrangeiros.
Ela, juntamente ao
diretor médico de nossa clinica foram os responsáveis pela ministração deste
primeiro curso de enfermagem, algo nunca visto na cidade.
Quando a Avenida Central foi aberta, e uma rua perto de nossa
missão foi alargada, eu observei que centenas de crianças saíram dos becos
estreitos e de seus quartos sórdidos para ir brincar na rua alargada e isto
propiciou o risco de acontecer acidentes.
Não demorou muito,
e logo uma criança foi morta por um carro que passava, e com medo as outras
crianças retornaram correndo para seus pardieiros.
Visando solucionar
este problema consegui uma barca de uma firma amiga, e levei 300 crianças para
um "pic-nic" numa ilha. Assim que desembarcaram, eles tiraram os
sapatos e se puseram a pular pela grama como carneirinhos brincalhões, e uma
menininha aninhou-se ao meu lado e disse: “Esta é a primeira vez que meus pés
descalços tocaram a grama verde”. Isto me fez ver a importância em ter lugares
apropriados para as crianças brincarem, mas de imediato previ as dificuldades
que haveria em despertar interesse por este tipo de projeto, já que era jamais
proposto no Rio de Janeiro.
Comecei este novo
projeto em 03 de julho de
1909, com uma publicação de um artigo no “jornal do Comércio” onde
procurei mostrar a validade de haver na cidade os playgrounds modernos.
Dei prosseguimento
ao projeto através de mais dois artigos semelhantes, em dezembro e fevereiro, e
nestes últimos pedi que as autoridades se dispusessem a instalar
"playground" pela cidade.
Quando Mr William
Jennings Bryan visitou o Rio em março de 1910, ele veio ao Instituto Central do
Povo onde realizou uma palestra sobre playgrounds na presença de algumas
pessoas representativas, a quem eu havia convidado para aquela reunião. Durante
a palestra ele apelou à esposa do prefeito para que usasse sua influencia
e apoiasse a realização do projeto.
A palestra surtiu
algum efeito, mas o interesse desenvolveu-se apenas em um círculo seleto, e
pouca impressão causou nas autoridades.
Fiz uma visita ao
diretor de parques e jardins, pois o mesmo se orgulhava de seus parques muito
bem cuidados, cercados com grades de ferro, e trancados a noite para evitar a
movimentação das pessoas que passavam nas ruas, mas quando lhe expus sobre os
"playgrounds", declarou que nunca tinha ouvido falar em tal coisa, e
pouco se importava a respeito.
Viajei aos Estados
Unidos, e no período que lá permaneci de abril a outubro de 1910, aproveitei a
oportunidade para visitar muitos playgrounds a fim de conseguir informações
detalhadas sobre eles. Quando visitei a Associação de Parques e Jardins de
Recreação da América pedi algumas sugestões, e de posse das mesmas convenci a
comissão das Associações Cristã de Moços a se comprometer enviar um diretor e
um especialista em educação física, caso meu projeto se materializasse.
Consegui catálogos de Spalding e circulares ilustradas descrevendo equipamentos
de todos os tipos para playgrounds, e assim me senti preparado, pronto para
recomeçar minha campanha.
Em novembro, após minha volta ao Rio de Janeiro, o
superintendente, se rendeu à minha persistência convidando-me a encontrá-lo no
parque do velho Palácio Imperial, o hoje Museu Nacional. O prefeito
veio em sua companhia e ao me cumprimentar sua primeira pergunta foi: “o que o
senhor quer dizer com playground?”
A resposta foi
mostrar a eles o catálogo de Spolding e as circulares; descrevi o equipamento
ilustrado, e discursei com toda minha eloquência sobre as
necessidades e vantagens dos playgrounds. Repentinamente, e para minha
grande surpresa, o prefeito apontou o dedo para um grande terreno cercado, onde
uma grande árvore propiciava uma boa sombra e me fez a segunda
pergunta: “Isto servirá?”
Mesmo sendo distante de nossa missão e dos becos onde nossas
crianças moravam, eu rapidamente respondi afirmativamente, assegurando-lhe ser ali
o local designado e que não seria impossível convencer a companhia de bondes a
transportar nossos meninos e meninas.
As autoridades
concordaram em preparar o local e instalar os aparelhos com as despesas pagas
pela prefeitura. O Diretor Geral da Companhia Elétrica Light and Pouwer comprou
o equipamento, e sete negociantes forneceram os outros materiais necessários. O
movimento foi um sucesso!
A inauguração
formal do primeiro playgrounds moderno para crianças no Rio aconteceu em 12 de
outubro de 1911 em conexão com um feriado nacional comemorando a descoberta da
América. O prefeito, o superintendente de parques e muitas pessoas importantes
estavam presentes. Havia uma banda muitos discursos de congratulações, a
bandeira nacional foi hasteada e as crianças cantaram o hino nacional. A
Associação Cristã de Moços cumpriu sua promessa de fornecer um diretor. O playground
foi aceito e apreciado como uma instituição na vida da cidade desde então.
A companhia de Gás
do Rio, uma subsidiaria da Ligth and Power Company cujo presidente e o diretor
geral tinha ajudado nossa empresa em expansão, em 1910 tomou providências para
instalação de gás para a cozinha e para aquecimento.
Por minha sugestão
a companhia instalou os fogões do Instituto Central do Povo, como também fornos
e ferros de passar roupas, e forneceu gás gratuitamente assim permitindo que
estabelecêssemos um eficiente departamento de assistência e economia
doméstica.
Dispusemo-nos
a oferecer instruções para o uso dos novos instrumentos à cozinheiras enviadas
por empregadores e para donas de casa interessadas. Esta atitude também fez com
que muitas pessoas viessem nos visitar e assim se tornassem conhecedores das
várias formas de serviços prestados pelo Instituto.
Em muitos momentos eu caminhava ao longo de ruas sem ser
visto pelas crianças, observando sua conduta ao voltarem da escola para suas
casas. Em um dos caminhos usados, as crianças obrigatoriamente passavam por
ruas onde havia um grande número de prostitutas; elas ocupavam quartos ao rés-do-chão,
e frequentemente semi-nuas tentavam atrair a atenção dos meninos maiores
através de janelas abertas. Procurei o chefe de policia, Dr. Alfredo Pinto e
relatei a ele esta situação. Após ouvir o relato com atenção me assegurou que
trataria o assunto com muita consideração. Ele era de Juiz de Fora, sede do
Instituto Yranhery e falou com ardor do cuidado dedicado pelo colégio e pelos
missionários aos assuntos que visavam a melhor condição de vida relativa aos
problemas morais. Então emitiu uma ordem para que não fossem mais
permitidos a presença destas mulheres nos quartos ao rés-do-chão, e após algum
tempo conseguiu expulsa-las daquele distrito.
Ao consultar o Dr.
Osvaldo Cruz sobre nossos planos relativos aos serviços médicos e à clinica,
ele me disse: “Meu Deus! Porque você foi para aquele distrito fundar
tal instituição? É a mais difícil e perigosa zona da cidade. Às vezes,
o povo faz barricadas nas ruas e desafiam a policia”.
Eu o fiz ver que o
trabalho era mais necessário justamente em tal lugar, e como nosso conhecimento
havia se tornado uma verdadeira amizade devido à campanha contra a febre
amarela, ele se rendeu aos meus argumentos afirmando: “Farei tudo o
que puder para ajudá-lo”.
Pesquisas feitas nas proximidades da
missão revelaram a prevalência da tuberculose e a falta de conhecimentos a
respeito da doença. Consegui dos Estados Unidos, o cartão “Não faça
isso” e o editei em português. Também consegui um bom número de slides
sobre a tuberculose para que os mesmos fossem exibidos enquanto o médico da
missão explanasse a respeito da doença. Eu sabia que se o embaixador americano,
um homem muito popular, aceitasse assistir esta exibição, nós poderíamos contar
com a presença de vários oficiais brasileiros e de vários homens de influência.
O embaixador cortesmente prometeu estar presente, e assim informei ao prefeito
do Rio, ao Diretor da Junta de Saúde Publica, aos profissionais da imprensa.
Quase todos estes e mais 200 outras pessoas viram os slides, ouviram a palestra
e receberam os cartões. Nossa campanha estava lançada com sucesso.
Os jornais diários relataram o
evento e nós fizemos uma ampla distribuição dos cartões, cujo conteúdo era
composto por uma série de conselhos práticos. O Diretor da Junta de Saúde
Publica, Dr. Carlos Seidl pediu que os slides fossem exibidos em "Escolas
Publicas", e ao ar livre em praças públicas da cidade. Nestas exibições eu
chamava a atenção para os principais fatores de expansão da doença, que era
constituído pela expectoração sem os cuidados devidos, e pelo hábito das moscas
caseiras, o que convenceu o departamento de Saúde Pública a imprimir e
distribuir um folheto explicativo sobre o assunto desde que eu fornecesse o
material.
Consegui
publicações de Washington e de Londres, e com a ajuda do médico do nosso Instituto,
preparei um folheto de 124 paginas intitulada “Moscas e Doenças”, que foi
publicado e espalhado pela cidade aos milhares.
Principalmente
entre os jovens os casos de doenças venéreas predominavam e milhares de lares
estavam sendo destruídos. Fui informado de que médicos e pais não achavam que a
castidade de um modo geral fosse possível, e que a repressão seria ruim para a
saúde. O secretario da ACM, Mr. Myron C. Clash, e eu compramos da Associação
Americana de Higiene Social um conjunto de slides e uma palestra sobre o
assunto. Foi-nos dito que os slides não poderiam ser mostrados sem provocar
hilaridade e fariam mais mal do que bem. Primeiramente convidamos alguns
médicos, homens de imprensa e outros para uma sessão a portas fechadas.
Alguns eram céticos
e uns poucos totalmente contra, mas a maioria achou que a experiência poderia
ser feita com poucos rapazes que aceitassem um convite especial. Seguiram-se
resultados encorajadores e o processo foi repetido de tempos em tempos, com
cuidado.
Por ocasião da
celebração do centenário da Independência do Brasil em 1922, a Associação
Americana de Higiene Social me enviou um telegrama para saber se seria
aconselhável um dos secretários que estava vindo para o Rio, trouxesse um filme
acompanhado de palestra, com o titulo “Como Começa a Vida”. Consultei dois ou
três amigos brasileiros do Departamento de Saúde Publica, o Embaixador
Americana e respondi “Sim”! Os slides foram exibidos no prédio da Exposição
Americana que hoje é a Embaixada na Avenida Presidente Wilson, à uma audiência
mista de homens e mulheres, que representavam vários círculos profissionais, de
negócios e sociais, e a impressão foi muito favorável.
Três dias depois,
na Rua Sete de setembro, eu fui detido por um médico amigo que havia apostado
na impossibilidade e até em uma desestabilidade de nossa aventura educacional;
ele pegou minha mão e disse: “Agora eu percebo o seu intento, mas nós os
médicos não podemos fazer nada. Já para o senhor há a possibilidade de colocar
em prática em sua missão e na ACM”. Logo vi que a ideia do projeto havia sido
aceita, e que certas medidas educacionais e a publicidade foram aprovadas pela
Junta Federal de Saúde.
Poucos anos depois
fui convidado a presidir uma reunião promovida pela ACM sobre um filme e
palestra que combinavam aspectos dos dois assuntos acima mencionados. O
apresentador seria um notável médico brasileiro o qual frequentemente me dizia
que ele e seus colegas conheciam e acreditavam em medicina curativa, mas em
relação as medidas preventivas criam ser somente para idealistas da fé
puritana, porém em sua palestra falou com franqueza e deu conselhos científicos
para cerca mil rapazes que enchiam o salão. Agora tinha se tornado um
entusiasta advogado da castidade e da educação sexual. Tenho visto um notável
despertar a este respeito neste quarto de século.
Nos primeiros tempos da missão, eu falei sobre os vários males
sociais e recebi uma contribuição anual de um engenheiro civil de sucesso. Ele
e seus associados adquiriam riqueza como construtores e proprietários da
formosa doca do café, em Santos. Através da criação da fundação
Yraffee-Yuinle, uma das maiores
instituições sociais existente no gênero, doaram os fundos para a
construção, compra de equipamentos e manutenção de uma de clinica de tratamento
de doenças venéreas.
Entre as atividades da missão, além dos cultos, era oferecida
instrução religiosa, jardim de infância, educação primaria, aula de culinária,
costura, datilografia, enfermagem, recreação, serviços médicos e dentários
gratuitos, quadra para esportes e educação física, propiciando melhorias no
ambiente material e moral.
Tivemos a alegria de ver muitos alunos convertidos,
vidas reformadas, crianças e adultos seguindo em direção a uma vida intelectual
moral e física de padrão mais alto, porém, não me parecia que os resultados,
especialmente no caso das crianças, fossem adequados. Alguma coisa estava
faltando, e então solicitei a minha filha que era professora, e suas
companheiras, para investigarem a dieta das crianças. Com emoção ela relatou
que, em geral, a dieta constava de café com pão pela manhã, pão, queijo e
possivelmente uma banana ao meio dia, e a noite feijão preto, arroz e carne.
Constatei o
espectro da má nutrição e planejei fazer algo em relação a esta carência.
Por meio de
comerciantes amigos consegui leite, farinha integral e açúcar. Obtive pratos e
uma balança para aferir o peso das crianças. Após um exame e a pesagem
executada pelo nosso médico, uma dieta especial foi colocada em prática. Muitas
pessoas profetizavam maus resultados e declaravam que as crianças não comeriam
o novo alimento, mas elas além de comeram, ainda pediam mais. Os resultados
foram logo visíveis em suas faces e movimentos. Pedi a uma professora que
fizesse um check-up nas notas obtidas nas provas e ela constatou um
considerável progresso nas mesmas.
Tornaram-se
melhores crianças, mais obedientes à disciplina e mais dóceis ao serem
dirigidas na recreação. O Diretor da Junta de Saúde Publica ao ouvir falar da
experiência procurou saber mais a respeito, e eu o convidei para nos visitar.
Após comer um prato de mingau de farinha integral com leite com as crianças, ele
declarou ter achado muito bom.
Hoje o cuidado com
os dentes, a inspeção médica, os playgrounds e a alimentação das crianças estão
se espalhando pelo Rio, como também em outras cidades no Brasil.
Quando se celebrou em 1922 o centenário da
independência do Brasil, se fez um retrospecto do primeiro século da historia
nacional, e isto trouxe à luz, vividamente, as atuais condições onde ficou notória
a necessidade de projetos que propiciassem um maior desenvolvimento. Uma sugestão
foi a de um Congresso sobre o bem estar das crianças, o primeiro na historia do
país. A comissão nomeada para comandar o programa convidou-me a preparar um
documento sobre a educação física de crianças de idade pré-escolar. Este foi um
novo tipo de trabalho missionário. Preparei o documento e o Congresso expressou
apreciação pelos esforços e publicou o texto nos arquivos oficiais.
Poucos
anos depois foi realizado no gabinete do Presidente, sob a direção do Ministro da Saúde
Publica um segundo Congresso de Bem-estar da Criança, e me pediram
para preparar e apresentar um documento sobre “educação Sexual: quando e como
Ensinar”. Este foi um assunto muito mais delicado e difícil, mas eu concordei e
fiquei gratificado ao receber palavras de apreciação e aprovação do Congresso.
A Junta Nacional de saúde Publica Brasileira
começou em 1924 a abertura de clinicas higiênicas infantis para dar atenção
especial a crianças pequenas e à suas mães, e como houve dificuldade em
conseguir um prédio adequado para uma clínica perto do Instituto Central do
Povo, eu propus para as autoridades médicas um acordo no qual eles usariam uma
parte de nossa clinica. Após as autoridades responsáveis terem aceitado o
acordo proposto, a clinica foi publicamente inaugurada no natal de 1925.
Conforme o costume brasileiro houve uma cerimônia apropriada com vários
discursos, e em minha fala referi sobre a feliz coincidência de inaugurarmos a
clinica justamente no aniversario daquele que disse: “deixai vir a
mim as criancinhas”.
O jovem médico
colocado na direção havia sido educado nos Estados Unidos e sua enfermeira
assistente tinha estudado no colégio Granbery. Este trabalho em cooperação com
as autoridades públicas têm prosperado por 13 anos e sua utilidade continua aumentando.
A lepra
antiga e repugnante doença eram prevalentes em todas as regiões do Brasil. Frequentemente, em
minhas viagens, via leproso pedindo esmolas pelas ruas e ostentando em seus
corpos os mais avançados estágios da doença. Pouco ou praticamente nada era
feito a respeito desta situação. A atitude comum de fatalismo evitava qualquer
esforço. Os leprosos viviam com suas famílias, traziam crianças ao mundo e em
geral se misturavam com a população no trabalho e nas ruas. Quando algumas
mulheres jovens que tinham sido educadas em nossas escolas protestantes
contraíram a doença, a situação foi trazida a nós, e resolvemos apelar para o
sentimento publico. As autoridades, e alguns cidadãos importantes foram
despertados a ponto de procurar separar crianças não infectadas dos pais leprosos,
mas somente umas poucas vítimas foram segregadas. Alguns grupos isolados de
mulheres se interessaram pelo bem-estar social e espiritual das crianças que
haviam sido separadas dos leprosos, mas estes se constituíram em fracos começos
e poucas diferenças fizeram pelo problema nacional.
Em uma Conferencia
de Médicos e outras pessoas interessadas, preparada com a finalidade de
aperfeiçoar uma já iniciada organização, e estender suas atividades, pediram-me
para discorrer sobre o assunto de “Cooperação da Iniciativa Privada com
autoridade Publica” em relação a lepra, e explicar o trabalho da Missão
Americana para Leprosos. Este convite levou-me a um contato mais estreito com
um grupo de notáveis cientistas, oficiais do governo e lideres sociais.
A Conferência
mostrou o fato de que em várias partes do país, pequenos grupos de mulheres
estavam se esforçando em ajudar os leprosos. Isto parecia oferecer oportunidade
para uma organização mais ampla e ficou decidido instituir uma comissão federal
para a troca de opiniões e sugestões, e desenvolver melhores métodos de
trabalho. Fui honrado como membro da Junta de Conselheiros desta organização,
desde o inicio. Ela cresceu em tamanho e influência e hoje tem representantes
em todos os estados. O principal trabalho da comissão tem sido o
estabelecimento de casas para as crianças não contaminadas pela lepra, embora
também promova a criação de colônias de leprosos e hospitais para os pacientes.
Estávamos sem fundos, porém assim que conseguimos despertar um sentimento
social de ajuda, o Governo federal e Estadual tem financiado as operações. A
comissão construiu três casas e 14 outras estão em construção enquanto escrevo
esta linha.
O oficial executivo da comissão é uma cristã
protestante, Dona Eunice Weaver, a esposa brasileira de um missionário
metodista americano Prof. Anderson Weaver. Trabalhando sem receber salário, ela
tem viajado através do país e é agora honrada como notável autoridade leiga no
problema da lepra. Fui nomeado representante brasileiro da Missão americana
para os Leprosos e tenho apoiado ativamente quanto possível em vista de minhas
numerosas responsabilidades.
D. Eunice tem visitado muitas partes do mundo, incluindo os
Estados Unidos, para estudar o problema e ela foi à única mulher inscrita no
programa do Congresso Mundial de Lepra, no Cairo, Egito em 1938.
Apesar da estimativa de que haja inúmeros leprosos no Brasil
internados nas colônias e hospitais estabelecidos pelo Governo Federal e de
vários estados, pacientes separados recebendo tratamento adequado, e várias
crianças nas casas instituídas por nossa comissão federal, até agora o problema
mal foi tocado.
No geral há ainda
vários leprosos se misturando com a população, muitos destes são registrados,
mas uma escassa supervisão é executada. Também
há milhares de leprosos desconhecidos não recenseados se misturando e
infectando pessoas que lhes está próximo.
A Liga das
Nações se interessou pelo esforço do Brasil na luta mundial contra a lepra e
foram iniciadas negociações para estabelecer um laboratório de pesquisa
especial no Rio. Um plano foi elaborado através da junção de forças do
Comissário da Liga das nações, do Governo Brasileiro e de alguns filantropos
brasileiros, e o mesmo foi assinado no Escritório Estrangeiro (Foregn Office)
no Brasil.
Fui um dos
filantropos convidados a assinar o documento por motivo de meu interesse, e por
ter sido um dos pioneiros na tentativa da resolução no problema.
Vim para o Brasil como um servo Dele, daquele que
deu o comando “curai os leprosos”, e eu não podia ficar satisfeito enquanto não
pudesse dizer a Ele da mesma forma como disseram os primeiros apóstolos:
”OS
LEPROSOS ESTÃO CURADOS"!
Correção, transcrição e formatação por Fabio S. Faria.
https://ia800707.us.archive.org/26/items/BiografiaCopiaSedeRegional/biografia%20copia%20sede%20regional.pdf
https://ia800707.us.archive.org/26/items/BiografiaCopiaSedeRegional/biografia%20copia%20sede%20regional.pdf
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