As respostas, são é claro, muito subjetivas, mas entre as mais comuns encontram-se certamente, a roda, a alavanca e a escrita.
Mesmo sendo inventos muito diferentes entre si, facilmente encontramos entre eles algo em comum: "os três foram criados para resolver problemas, encurtar distâncias, e diminuir esforços."
Com a alavanca tornou-se possível levantar objetos muito pesados; com a roda, longas distâncias puderam ser percorridas; com a escrita, abriu-se a possibilidade de transmitir pensamentos, sonhos e sentimentos através do tempo e do espaço.
Particularmente, eu votaria na escrita como a mais significativa, sem desmerecer ou diminuir o valor das demais.
O fato é que a escrita não apenas consegue registrar e guardar o que sabemos e pensamos, mas também nos proporciona "transcender o possível e alcançar o impossível", nos permitindo até tocar e imaginar o eterno.
Na Suécia, uma vez por ano são distribuídos os diversos prêmios NOBEL, em homenagem ao inventor Alfred Nobel, mas com exceção dos prêmios de literatura e da paz, os outros prêmios tem ênfase nas ciências exatas e na medicina. Talvez muitos já tenham lido as justificativas que levaram um determinado cientista a receber o prêmio, mas o fato é que os leigos dificilmente conseguirão entender plenamente a complexidade do invento escolhido, mesmo que alguém o tenha explicado de maneira sucinta e simples. Se este tipo de descoberta está muito além da nossa compreensão, explicar o Eterno é ainda mais difícil. Na verdade esgotar o assunto é impossível, já que somos seres finitos e limitados. Mesmo assim cremos que a Palavra de Deus, a Bíblia, transmite algo do Eterno ao ser humano.
A Fé cristã se baseia na premissa de que Deus quer que conheçamos um pouco das verdades divinas e, que possamos através das Escrituras Sagradas, ter uma base real real para a fé. Em outras palavras, as verdades de Deus podem ser transmitidas com letras e palavras. Não precisamos tatear às escuras em busca de informações sobre Deus. Ele revelou parte do seu ser, de seus pensamentos, planos e ações, em uma linguagem que nós seres humanos podemos entender e receber. A Bíblia é uma mina de ouro para quem quer conhecer a Deus, porém para aquele que não procura se aprofundar em seu estudo, pode se tornar facilmente, apenas um guia de curiosidades.
Pode-se dizer que o conhecimento dado a nós, por Deus através de sua Palavra, visa sempre um relacionamento com Ele. não se trata de conhecimento teórico sobre quem Deus é ou informações sobre o que Ele fazia antes de criar o mundo, nem se trata de um guia de ciências ou uma orientação para as relações humanas, por mais que isto conste nas páginas da Bíblia.
Uma pequena pausa para uma pergunta que tem por objetivo nos levar a refletir sobre o que fazer com este conhecimento:"Se a Bíblia é a palavra de Deus, e se nela está revelado algo sobre Ele, e como se relacionar com Ele, quais são as consequências que isto traz à nossa maneira de ler e estudar o texto sagrado?"
Em muitas culturas, o escrever, e até as palavras e letras em si, são sagradas. Nós, por estarmos cercados de informações, talvez não mais compreendemos o valor de poder ler e escrever. Textos meio longos como este, muitas vezes passam despercebidos pela preguiça que temos de gastar tempo com algo além de 140 caracteres.
Muitas vezes tratamos a Bíblia da mesma forma, ou seja, queremos mensagens curtas e que não nos deem muito trabalho para entender e assimilar. Com 10 a 15 linhas, quando muito, queremos entender a eternidade. Assim a Palavra, escrita, preservada e transmitida de geração em geração, aos poucos perde seu valor e sua mensagem.
"O mais importante, o maior invento usado para o maior dos fins, perde sua razão de ser e sua forma de transformar."
Autor: LEIF EKSTRÕM - pastor da igreja Korskrkan em Fagersta na Suécia.
Fonte: Jornal "LUZ NAS TREVAS", edição 973, agosto de 2015, publicação da Convenção das igrejas Batistas Independentes.
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