Sempre
fui um entusiasta dos festejos do Ano Novo, mas há alguns anos, algo relativo a
esses festejos começaram a me incomodar. Após muitas pesquisas, várias
reflexões, e inúmeros estudos bíblicos, minha sensação é de que nossa
participação nesta festa de origem totalmente popular e pagã se situa muito
mais no campo da SUPERSTIÇÃO do que da COMEMORAÇÃO.
Primeiramente
examinei o significado das duas palavras:
COMEMORAÇÃO
– 1: Ato ou efeito de comemorar. 2: Festa, solenidade.
SUPERSTIÇÃO
- Sentimento de veneração religiosa que se funda no temor ou na ignorância, e
que leva ao cumprimento de falsos deveres, a quimeras ou a confiança em coisas
fantásticas e ineficazes; presságio infundado; crendice.
O
PRIMEIRO SIGNIFICADO:
-
Quando há comemoração há festa, há solenidade ou as duas, pois comemorar é
"lembrar", "trazer à memória", "solenizar
recordando", "simplesmente festejar", "celebrar
publicamente".
Aí vêm
as perguntas que representam minhas dúvidas:
O QUE, E DO QUE NOS LEMBRAMOS?
QUAL A RECORDAÇÃO A SER SOLENIZADO, O QUE É CELEBRADO PUBLICAMENTE?
No
Natal celebramos publicamente o nascimento de Cristo, trazemos à memória a
encarnação de Deus, e recordamos solenemente que no Jardim do Éden, Deus deu o
primeiro indício do plano de salvação. (Gn 3.15).
Ao ler
e analisar a Bíblia será visto que todas as festas e comemorações nela
relatadas possuíam sentido claro. Mas, para a festa atual do Ano Novo não
consegui ainda encontrar um sentido satisfatório.
-
Muitos comentam ser este um momento de reflexão sobre as realizações do ano que
termina, e ao mesmo tempo a oportunidade de projetar o ano vindouro, porém não
vejo nesta explicação qualquer sentido bíblico, pois, nossa reflexão inerente
ao relacionamento com Deus é diário. O pedido e a ação de graças pelo pão é uma
rotina diária. A confissão do pecado acompanhada do pedido de perdão é em um
momento próximo de sua manifestação.
-
Alguns dizem ser momento do encerramento de um ciclo e o começo de outro, porém
não se explica a que se refere esse ciclo.
Até o
ano de 1582 havia uma pequena razão para se pensar dessa forma, pois, o Ano
Novo se iniciava no dia 25 de março em comemoração ao início da primavera, mas
desde que a Igreja no século XVI adotou o dia 01 de janeiro visando uma
unificação com o calendário romano , não há qualquer tipo de ciclo terminando
ou iniciando.
- Por
fim, não consegui ainda entender o que há de tão importante no momento da
“virada”, pois é um acontecimento cujo horário é determinado conforme as leis
de cada país. Ex: No Brasil, a "virada" acontece em quatro momentos
distintos. Ainda não me foi possível entender o real significado do convite aos
fiéis ficarem de joelhos no momento da "virada", como se para Deus
fosse um momento especial. Entendo que "ajoelhar" perante Deus, não é
simplesmente colocar os joelhos no chão em um determinado instante, mas, estar
em atitude de submissão em todos os momentos, submetendo a ELE todos os
pensamentos, desejos e projetos. Algumas igrejas, no momento da
"virada", convocam os membros de cada família a ficarem de mãos dadas
neste momento tão especial, desconsiderando que ali naquele local todas as
pessoas pertencem a uma única família: a família de Cristo. Isso sem falar das
instituições onde o decretar, o determinar, e o profetizar no momento exato da
“virada” é a praxe.
O
SEGUNDO SIGNIFICADO:
-
Todas as pesquisas históricas evidenciam que as comemorações da chegada de um
novo ano sempre pertenceram aos pagãos, e essas comemorações sempre tiveram e
ainda têm um cunho de religiosidade. Cada povo, de forma supersticiosa
relacionava e ainda relaciona essa festa aos seus deuses.
Cito
como exemplo os romanos a cujo dia comemorativo nos aliamos:
"Até
o ano de 154 a.C realizavam a grande festa era no dia 01 de março. A partir de
153 a.C mudaram para o dia 01 de janeiro, mas a festa sempre foi em homenagem
ao Deus Jano, o deus das origens.
- Os
fogos que hoje se constituem na cereja do bolo, inclusive em nosso meio
cristão, tiveram início com os chineses, e todo o barulho feito no momento da
“virada” tinha e tem como objetivo espantar os maus espíritos.
- A
primeira comemoração, chamada de festival de ano novo ocorreu na Mesopotâmia
por volta do ano 2000 a.C. Na Babilônia, a festa começava na ocasião da lua
nova indicando o equinócio da primavera, ou seja, um dos momentos em que o sol
se aproxima da linha do equador, onde os dias e noites têm a mesma duração.
Esse dia corresponde hoje ao dia 19 de março, que por sinal, é a data em que os
“espiritualistas” comemoram o “ano novo esotérico”.
-No
Brasil é feita uma homenagem especial a Iemanjá, com oferendas em agradecimento
às bênçãos recebidas, assim como o agradecimento a realização dos pedidos.
Também um momento para súplicas, de proteção e de ajuda no ano que se inicia,
algo muito próximo do nosso comportamento.
A PERGUNTA QUE ME INCOMODA: Se analisarmos os atos praticados pela maioria dos integrantes de nossas igrejas, no sentido real, por ocasião do momento da "virada", o entendimento será de que estes atos são uma CELEBRAÇÃO a DEUS, ou atitudes de pessoas adeptas da SUPERSTIÇÃO?
Coloco
o ponto final deixando bem claro, que: "a intenção não é a de julgar ou
condenar, mas, sim, compartilhar esta dúvida, - minha companheira a cada fim de
ano - e buscar a explicação convincente para desfazê-la".
Obs: Publicado originalmente em 2012 Revista Ultimato. [ Palavra do Leitor]
FABIO S. FARIA
Está mais atrelado a superstição tal comemoração.
ResponderExcluirQue Deus nos livre dos resquícios supersticiosos que ainda existe em nós.
Muito bom
ResponderExcluirConcordo plenamente