Fundamentado na Teologia Sistemática de A. H.
Strong, o Sr Davi H. Stern em seu livro COMENTÁRIO JUDAICO DO NOVO TESTAMENTO,
(Editora ATOS, 2008), página 393, elaborou um quadro representativo, onde de maneira
fácil pode ser entendida a visão de Agostinho, aquela que é a mais “extrema”
da doutrina do PECADO ORIGINAL.
TERMINOLOGIA= o pecado original envolve dois
componentes, a saber: “A CONTAMINAÇÃO ORIGINAL”, que é o estado e a condição
pecaminosa sob as quais as pessoas nascem, e em conseqüência das quais elas
possuem uma natureza pecaminosa que lhes impossibilita fazer o que Deus
considerará como algo bom em termos espirituais.
“A CULPA ORIGINAL”, que faz com que todos sejam merecedores da condenação e da morte desde o momento que passam a existir. São “originais” por que: (a)- procede da raiz original da raça humana, Adão; (b)- estão presentes na vida de cada ser humano desde sua origem (nascimento, ou antes), não sendo simplesmente um resultado da imitação; (c)- são a origem, a raiz interior, de todas as ações pecaminosas e inclinações que contaminam uma pessoa.
No entanto, não são originais no sentido de existirem quando Deus criou o homem à sua imagem e o declarou bom (Gênesis 1. 26 a 31).
“A CULPA ORIGINAL”, que faz com que todos sejam merecedores da condenação e da morte desde o momento que passam a existir. São “originais” por que: (a)- procede da raiz original da raça humana, Adão; (b)- estão presentes na vida de cada ser humano desde sua origem (nascimento, ou antes), não sendo simplesmente um resultado da imitação; (c)- são a origem, a raiz interior, de todas as ações pecaminosas e inclinações que contaminam uma pessoa.
No entanto, não são originais no sentido de existirem quando Deus criou o homem à sua imagem e o declarou bom (Gênesis 1. 26 a 31).
O RESPONSÁVEL PELO PECADO NO UNIVERSO= mesmo
que tenha criado o universo, e tudo que nele há; mesmo dando permissão, e ás
vezes até criando situações daninhas e danosas (Isaias 45.7), Deus não pode ser
considerado o autor do pecado, e não deve ser responsabilizado por ele. O
pecado originou-se no mundo angelical, com Satanás (“o adversário” que no
jardim do Éden, é representado pela serpente) « 1ª João 3.8 »; na raça humana,
começou com Adão.
QUAL FOI “O” PECADO ORIGINAL? = Tendo como
base um sentido formal, o pecado de Adão se caracterizou quando ele comeu do
fruto da árvore proibida; porém, a essência desse pecado tem como
característica primária, a rebelião de Adão contra Deus, opondo-se a ele, e
rebelando-se contra ele pessoalmente, substituindo a vontade de Deus por sua
própria vontade. Uma atitude dominada pelo orgulho e pela incredulidade; uma
atitude motivada pelo desejo de exaltar-se a si mesmo; pela satisfação de fazer
o que havia sido proibido.
***[Alguns estudiosos, ao interpretar 1ªTm 2.14,
afirmam que Adão comeu do fruto por causa de sua paixão pela mulher. Ele fez
dela o seu ídolo, e por amor a ela se dispôs a desprezar a advertência feita
por quem o criou. Essa rebeldia, “o” pecado original que é passado de Adão aos
seus descendentes, pelo qual eles se tornam responsável, e não o ato de comer
do fruto da árvore proibida.]
CONTAMINAÇÃO ORIGINAL= O termo “pecado”,
abrange não só as ações ou manifestações pecaminosas concretas, mas também:
inclinações pecaminosas e uma natureza pecaminosa. Ter uma natureza pecaminosa
significa que a natureza de uma pessoa é corrupta e contaminada, de uma forma
que essa pessoa está predestinada a desenvolver predisposições e desejos
pecaminosos, que irão fazê-la praticar atos pecaminosos concretos tão logo
atingir a idade da responsabilidade moral. Significa que a pessoa está em uma
condição de “depravação total”. A condição, em que mesmo o pecador tendo um
conhecimento inato do desejo de Deus; mesmo tendo a capacidade de discernir
entre o bem e o mal; mesmo tendo admiração pela virtude; mesmo sendo capaz de
agir pelo bem do próximo; ainda que seja capaz de fazer coisas que possam produzir
bem externo; ainda que cada um de seus atos não seja tão ruim quanto poderia
ser; mesmo que esteja na presença de todos esses atributos, a condição de
“depravação total” faz com que a corrupção se estenda a toda natureza do homem,
de maneira que nada que o pecador faça lhe será creditado por Deus como bom,
porque não é e não pode ser motivado pelo amor puro e verdadeiro de Deus e pelo
desejo de fazer a vontade divina.
TRANSMISSÃO DA CONTAMINAÇÃO ORIGINAL= A
contaminação original é transmitida de Adão para seus descendentes pela
propagação. Assumindo o risco de introduzir imagens anacrônicas (diferente ao
uso da época referida), o Dr David H. Stern, compara o pecado de Adão com um
raio cósmico que penetra o material genético de uma pessoa, produzindo uma
mutação fatal que é completamente dominante, de modo que todos os seus
descendentes recebem o “gene defeituoso” que causa a “natureza pecaminosa” e,
no final, morrem por causa dessa “doença congênita”.
CULPA ORIGINAL= O pecado original da rebeldia
de Adão contra Deus não só fez com que sua contaminação (natureza pecaminosa)
fosse a nós transmitida, mas também com que sua culpa nos fosse imputada,
fazendo com que nasçamos culpados e merecedores da morte, como o castigo por
nosso próprio pecado. Nossa culpa é declarada por três razões: 1ª- somos
culpados pelo pecado de rebeldia de Adão, ainda que a escolha moral e
individual nesta questão não tenha sido exercida por nós; 2ª- mesmo que
tenhamos nascido com ela e não a tenhamos escolhido, somos declarados culpados
por ter uma natureza pecaminosa, porque esta é uma natureza própria de um
estado de rebeldia contra Deus, e essa rebeldia, é digna de condenação; 3ª- sem
duvida, também somos culpados por todos os atos pecaminosos concretos que
praticamos como indivíduos.
IMPUTAÇÃO DA CULPA ORIGINAL- A culpa
original, diferentemente da “contaminação original”, não é transmitida por
propagação, porém justamente foi
imputada a nós devido a sermos organicamente um com Adão.
Ou seja, mesmo não tendo exercido a escolha
moral individual no momento que ele pecou, estávamos presentes “nele”, (veja
Hebreus 7.9,10 onde LEVI EM Abraão pagou dízimos para Melquisedeque). Muitos
hoje são contrários a esta ideia de uma pessoa ser responsável pelo pecado de
outro, conforme a filosofia individualista de Hobbes, Locke, Rousseau, etc, mas
nos tempos bíblicos, o entendimento de que a culpa de um indivíduo poderia
envolver toda a sua família ou até todo o seu povo era bem comum. Um exemplo
claro é o sucedido à família de Acã pelo seu pecado. (Josué, capítulo 7).
Um exemplo atual é o dos norte americano que ao viajarem para fora do país se veem responsáveis por decisões tomadas por líderes, das quais são contrários, e quando ouvem “volte para casa, seu imperialista ianque”, esta é uma declaração da “unidade orgânica” visível do povo americano, da qual a maioria dos norte americano faz parte não por escolha, mas porque nasceu nela. Nossa unidade com Adão, nosso chefe natural e primeiro pai, significa que seu castigo é justamente nosso.
Um exemplo atual é o dos norte americano que ao viajarem para fora do país se veem responsáveis por decisões tomadas por líderes, das quais são contrários, e quando ouvem “volte para casa, seu imperialista ianque”, esta é uma declaração da “unidade orgânica” visível do povo americano, da qual a maioria dos norte americano faz parte não por escolha, mas porque nasceu nela. Nossa unidade com Adão, nosso chefe natural e primeiro pai, significa que seu castigo é justamente nosso.
O CASTIGO PELO PECADO - O castigo pelo pecado
é a morte, ou seja, a morte não é simplesmente o fim natural da vida humana,
mas um castigo.
Essa morte constitui-se de três partes: «« física, espiritual e eterna »».
A morte física vem no final da vida física. A morte espiritual significa falta de comunhão com Deus, separação dele (Isaias 59.2 diz: “Seus pecados fizeram separação entre vocês e seu Deus”).
Por fim, se a pessoa permanecer na morte espiritual ao longo de toda a sua vida física, essa condição é, confirmada por Deus e se torna morte eterna no lago de enxofre e fogo ardente, ou seja, a separação eterna e irremediável de Deus e de toda a bondade.
Essa morte constitui-se de três partes: «« física, espiritual e eterna »».
A morte física vem no final da vida física. A morte espiritual significa falta de comunhão com Deus, separação dele (Isaias 59.2 diz: “Seus pecados fizeram separação entre vocês e seu Deus”).
Por fim, se a pessoa permanecer na morte espiritual ao longo de toda a sua vida física, essa condição é, confirmada por Deus e se torna morte eterna no lago de enxofre e fogo ardente, ou seja, a separação eterna e irremediável de Deus e de toda a bondade.
REMÉDIO PARA O PECADO ORIGINAL- Há apenas um
remédio que cura a contaminação e remove a culpa do pecado original, e esse
remédio é confiar em Deus, arrepender-se do pecado, renunciar a auto-satisfação,
voltar-se para Deus, para sua vontade, e finalmente, aceitar que a morte sacrifical
de Cristo, que nunca pecou, mas sofreu com sua morte o castigo que devíamos
pagar por causa de nosso pecado, nos reconcilia com Deus e remove a separação.
***O texto em destaque é acréscimo meu!
Fabio S Faria
Achei exelente essa explanação.. .otimo
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