<<<<NÃO HÁ NESTE ESTUDO QUALQUER PRETENSÃO DE SOLUCIONAR EM TODOS OS NÍVEIS AS DIFICULDADES EXISTENTES NA INTERPRETAÇÃO DESTE LIVRO.
O OBJETIVO É APENAS O DE APRESENTAR ALGUMAS SUGESTÕES HERMENÊUTICAS E EXEGÉTICAS CONSTANTES NO LIVRO ''ENTENDES O QUE LÊS?" PUBLICADO PELA EDITORA VIDA NOVA, DE AUTORIA DOS PROFESSORES GORDON D. FEE E DOUGLAS STUART. >>>>
TERCEIRA PARTE
OS CONTEXTOS: HISTÓRICO E LITERÁRIO!
Assim como na maioria dos demais gêneros, também no Apocalipse, a melhor maneira para começar a "exegese" é com uma reconstrução provisória da situação em que foi escrito. A sugestão do roteiro a ser seguido para que se faça bem este trabalho é a seguinte:
"procure ler o livro do começo ao fim numa só assentada; leia-o procurando o quadro geral, Não procure entender tudo. Deixe que sua própria leitura seja um acontecimento, por assim dizer, ou seja, permita as visões rolarem, passando em frente aos seus olhos como ondas na praia, uma após outra, até ter a sensação do livro e de sua mensagem."
Em outra vez, [na segunda leitura] faça notas mentais, ou anotações breves por escrito acerca do autor e de seus leitores. Em uma terceira leitura anote especificamente todas as referências indicativas de que os leitores de João são companheiros de tribulação (1,9).
Estes são os indicadores históricos fundamentais.
Por exemplo: Nas sete cartas ter atenção especial para 2.3, 8-9,13; e 3.10, além da expressão repetida "ao vencedor". O quinto selo (6.9-11), logo após a devastação operada pelos quatro cavaleiros, revela os mártires cristãos, que haviam sido mortos por causa da "palavra e do testemunho" (justamente porque João está no exílio em 1.9). Em 7.14, a grande multidão, que nunca mais sofrerá (7.16), "vem da grande tribulação". O sofrimento e a morte mais uma vez têm ligação com dar "o testemunho de Jesus" em 12.11 e 17. E nos capítulos 13 a 20, o sofrimento e a morte são especificamente atribuídos à "besta" (13.7; 14.9-13; 16.5-6; 18.20,24; 19.2).
Este tema é a chave para compreender o "contexto histórico", e explica plenamente a ocasião e o propósito do livro. O próprio João estava no exílio por causa de sua fé. Havia muitos outros também passando por sofrimentos - um até morrera (2.13) - pelo "testemunho de Jesus". Enquanto joão estava no "Espírito", chegou a reconhecer que o sofrimento presente, pelos quais eles estavam passando, era apenas o começo dos "ais" para aqueles que se recusassem a "adorar a besta". Ao mesmo tempo, não estava totalmente certo que a totalidade da igreja estivesse pronta para aquilo que jazia no seu futuro. Assim sendo, escreveu esta "profecia".
Lendo com atenção ver-se-á que os temas principais são abundantemente claro: "a igreja e o estado estão seguindo direções cujo final será a colisão, e aos olhos de muitos parecerá que a vitória inicial pertence ao estado. Deste modo, explica para a igreja que o sofrimento e a morte são componentes de um futuro imediato; e isto, ficará bem pior, antes de poder melhorar (6.9-11)".
João está grandemente preocupado no sentido de eles não capitularem em tempo de opressão (14.11-12; 21.7-8). A palavra é profética, porém também é de encorajamento, Deus, pois, está controle de todas as coisas.
Por conseguinte, Cristo segura as chaves da história, e segura as igrejas em suas mãos (1.17-20). O triunfo da igreja, portanto, acontecerá até mesmo através da morte (12.11). Deus finalmente derramará "sua ira" sobre os que causaram aquele sofrimento e morte, e dará descanso eterno para aqueles que permanecerem fiéis. Naquele contexto, naturalmente, a inimiga a ser julgada era Roma.
Neste ponto, é importante se observar que uma das principais chaves para interpretar o Apocalipse é a distinção feita por João entre duas palavras, ou ideias cruciais: TRIBULAÇÃO E IRA.
Se as confundirmos e as fizermos referir-se à mesma coisa, ficaremos em situação desesperadamente confusa acerca daquilo que está sendo dito.
A tribulação (o sofrimento e a morte) nitidamente faz parte daquilo que a igreja estava padecendo e ainda padeceria. A ira de Deus, por outro lado, é o julgamento que Ele derramará sobre aqueles que afligiram seu povo.
Está claro em todos os tipos de contextos no Apocalipse, que o povo de Deus, NÃO terá de padecer da terrível ira de Deus quando for derramada sobre os inimigos deles, mas fica igualmente claro que realmente sofrerão às mãos dos seus inimigos.
Esta distinção, aqui notada, está exatamente de acordo com o restante do Novo Testamento, tal como é mostrado em 2 Tessalonicenses 1.3,10, onde Paulo "gloria-se" das "perseguições e tribulações" que os tessalonicenses sofrem, mas também não deixa de notar que Deus finalmente julgará os "que vos atribulam" (a forma verbal de atribulação).
Outro ponto a ser observado com todo cuidado é como a abertura dos selos 5 e 6 (6.9-17) coloca em evidência as duas questões fundamentais no livro.
a- No quinto selo, os mártires cristãos exclamam:
"Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas nem vingas nosso sangue dos que habitam sobre a terra?"
A resposta é dupla:
1- devem esperar um pouco mais, porque haverá ainda muitos outro mártires.
2- apesar disto, o julgamento é absolutamente certo, conforme indica o sexto selo.
b- No sexto selo, quando chega o julgamento divino, os julgados exclamam:
"Quem é que pode suster-se?"
A resposta é dada no capítulo 7:
- Aqueles que foram selados por Deus, que "lavaram suas vestiduras, e as alvejaram no sangue do Cordeiro".
FIM DA TERCEIRA PARTE!
PARTE 1 - A NATUREZA DO APOCALIPSE
TERCEIRA PARTE
OS CONTEXTOS: HISTÓRICO E LITERÁRIO!
Assim como na maioria dos demais gêneros, também no Apocalipse, a melhor maneira para começar a "exegese" é com uma reconstrução provisória da situação em que foi escrito. A sugestão do roteiro a ser seguido para que se faça bem este trabalho é a seguinte:
"procure ler o livro do começo ao fim numa só assentada; leia-o procurando o quadro geral, Não procure entender tudo. Deixe que sua própria leitura seja um acontecimento, por assim dizer, ou seja, permita as visões rolarem, passando em frente aos seus olhos como ondas na praia, uma após outra, até ter a sensação do livro e de sua mensagem."
Em outra vez, [na segunda leitura] faça notas mentais, ou anotações breves por escrito acerca do autor e de seus leitores. Em uma terceira leitura anote especificamente todas as referências indicativas de que os leitores de João são companheiros de tribulação (1,9).
Estes são os indicadores históricos fundamentais.
Por exemplo: Nas sete cartas ter atenção especial para 2.3, 8-9,13; e 3.10, além da expressão repetida "ao vencedor". O quinto selo (6.9-11), logo após a devastação operada pelos quatro cavaleiros, revela os mártires cristãos, que haviam sido mortos por causa da "palavra e do testemunho" (justamente porque João está no exílio em 1.9). Em 7.14, a grande multidão, que nunca mais sofrerá (7.16), "vem da grande tribulação". O sofrimento e a morte mais uma vez têm ligação com dar "o testemunho de Jesus" em 12.11 e 17. E nos capítulos 13 a 20, o sofrimento e a morte são especificamente atribuídos à "besta" (13.7; 14.9-13; 16.5-6; 18.20,24; 19.2).
Este tema é a chave para compreender o "contexto histórico", e explica plenamente a ocasião e o propósito do livro. O próprio João estava no exílio por causa de sua fé. Havia muitos outros também passando por sofrimentos - um até morrera (2.13) - pelo "testemunho de Jesus". Enquanto joão estava no "Espírito", chegou a reconhecer que o sofrimento presente, pelos quais eles estavam passando, era apenas o começo dos "ais" para aqueles que se recusassem a "adorar a besta". Ao mesmo tempo, não estava totalmente certo que a totalidade da igreja estivesse pronta para aquilo que jazia no seu futuro. Assim sendo, escreveu esta "profecia".
Lendo com atenção ver-se-á que os temas principais são abundantemente claro: "a igreja e o estado estão seguindo direções cujo final será a colisão, e aos olhos de muitos parecerá que a vitória inicial pertence ao estado. Deste modo, explica para a igreja que o sofrimento e a morte são componentes de um futuro imediato; e isto, ficará bem pior, antes de poder melhorar (6.9-11)".
João está grandemente preocupado no sentido de eles não capitularem em tempo de opressão (14.11-12; 21.7-8). A palavra é profética, porém também é de encorajamento, Deus, pois, está controle de todas as coisas.
Por conseguinte, Cristo segura as chaves da história, e segura as igrejas em suas mãos (1.17-20). O triunfo da igreja, portanto, acontecerá até mesmo através da morte (12.11). Deus finalmente derramará "sua ira" sobre os que causaram aquele sofrimento e morte, e dará descanso eterno para aqueles que permanecerem fiéis. Naquele contexto, naturalmente, a inimiga a ser julgada era Roma.
Neste ponto, é importante se observar que uma das principais chaves para interpretar o Apocalipse é a distinção feita por João entre duas palavras, ou ideias cruciais: TRIBULAÇÃO E IRA.
Se as confundirmos e as fizermos referir-se à mesma coisa, ficaremos em situação desesperadamente confusa acerca daquilo que está sendo dito.
A tribulação (o sofrimento e a morte) nitidamente faz parte daquilo que a igreja estava padecendo e ainda padeceria. A ira de Deus, por outro lado, é o julgamento que Ele derramará sobre aqueles que afligiram seu povo.
Está claro em todos os tipos de contextos no Apocalipse, que o povo de Deus, NÃO terá de padecer da terrível ira de Deus quando for derramada sobre os inimigos deles, mas fica igualmente claro que realmente sofrerão às mãos dos seus inimigos.
Esta distinção, aqui notada, está exatamente de acordo com o restante do Novo Testamento, tal como é mostrado em 2 Tessalonicenses 1.3,10, onde Paulo "gloria-se" das "perseguições e tribulações" que os tessalonicenses sofrem, mas também não deixa de notar que Deus finalmente julgará os "que vos atribulam" (a forma verbal de atribulação).
Outro ponto a ser observado com todo cuidado é como a abertura dos selos 5 e 6 (6.9-17) coloca em evidência as duas questões fundamentais no livro.
a- No quinto selo, os mártires cristãos exclamam:
"Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas nem vingas nosso sangue dos que habitam sobre a terra?"
A resposta é dupla:
1- devem esperar um pouco mais, porque haverá ainda muitos outro mártires.
2- apesar disto, o julgamento é absolutamente certo, conforme indica o sexto selo.
b- No sexto selo, quando chega o julgamento divino, os julgados exclamam:
"Quem é que pode suster-se?"
A resposta é dada no capítulo 7:
- Aqueles que foram selados por Deus, que "lavaram suas vestiduras, e as alvejaram no sangue do Cordeiro".
FIM DA TERCEIRA PARTE!
PARTE 4 - O CONTEXTO LITERÁRIO
PARTE 5 - AS QUESTÕES HERMENÊUTICAS!
Fonte bibliográfica: Livro Entendes o que Lês?, publicação da editora
"Vida Nova": Edição de 1997 reimprimido em 2008.
"Vida Nova": Edição de 1997 reimprimido em 2008.
Autores: Gordon D. Fee & Douglas Stuart com apêndice por Ênio R. Mueller.
Adaptação de Fabio S. Faria, das páginas 217 a 232.
Estou amando este estudo! Me ajudou, e me ajudará sempre, porque creio que Deus o usará para ajudar a outros através de mim. Obrigada pelo tempo que o irmão levou preparando esse estudo. Deus o abençoe!
ResponderExcluirMe sinto muito alegre por ter a oportunidade de servir a Deus através do serviço aos irmãos.
ResponderExcluir