A revista
Ultimato número 382 < Janeiro-Fevereiro 2011> publicou na pagina 62 um
artigo especial com o titulo de "A GRITARIA DOS PREOCUPADOS: PRENÚNCIOS DE
UMA REFORMA INTERNA", e após 10 anos o tema continua bem atual. [é importante
que se leia o artigo na íntegra. O mesmo está disponível no site da revista].
No artigo,
sete líderes cristãos, de diferentes pontos geográficos, exprimem suas
preocupações com o cristianismo atual e, no cerne dessas preocupações há a predominância
de um único fator, "um denominador comum", como será visto após o
conhecimento das preocupações de cada um dos sete lideres.
1- O
pastor J.C.Peres da igreja Metodista de Tucuruvi - SP, por meio da
pergunta: "somos ou não somos de
certo modo prisioneiros de nossa estrutura eclesiástica?", sugere que,
de alguma forma, os presbiterianos são muito dependentes de Calvino; os
metodistas de Wesley; os luteranos, de Lutero; e assim por diante. Seguindo a
linha de análise do pastor Peres, pode-se acrescentar: < no que tange a
interpretação bíblica, e em todos os assuntos teológicos, os cristãos atuais
são profundamente e sistematicamente dependentes da posição de um líder
"maior" (cada igreja tem seu próprio papa).
Sempre é bom lembrar que a Bíblia não aprova
esta conduta. Em 1ª Coríntios 1- 10 a 12 o apóstolo Paulo diz: "Rogo-vos, irmãos, pelo nome de nosso
Senhor Jesus Cristo, que faleis todos a mesma coisa e que não haja entre vós
divisões; antes, sejais inteiramente unidos, na mesma disposição mental e no
mesmo parecer. Pois a vosso respeito, fui informado, pelos da casa de Cloe, de
que há contenda entre vós. Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: EU SOU DE
PAULO, E EU, DE APOLO, E EU, DE CEFAS, E EU, DE CRISTO".
2- O pastor Renato Cordeiro de Sousa, da 1ª
igreja Batista de Teresópolis-RJ, diz
que sua preocupação é com os "cristãos insuportavelmente espirituais".
No contexto
geral, ele mostra a grande ênfase que é dada a títulos, a espiritualidade
constituída de frases feitas e chavões evangélicos, e logicamente a santidade
declarada pela maioria dos ocupantes dos púlpitos. Ele diz: "Tenho aversão
a crentes espirituais que colocam seus diversos títulos à frente. Esse tipo de
crente é mais conhecido por seus títulos do que por sua vida."
3- O pastor Marcos Schmidt, da igreja Luterana do Brasil em Novo
Hamburgo-RS declara que a grande missão da igreja sempre será: semear e não ceifar,
evangelizar e não moralizar.
Ele lembra as
palavras enfáticas de JESUS CRISTO na parábola do trigo e do joio "quem
semeia a boa semente é o Filho do Homem. O terreno é o mundo; a boa semente são
as pessoas que pertencem ao reino; o joio são as que pertencem Maligno; o
inimigo é o próprio Diabo; a colheita é o fim dos tempos; e os que fazem a
colheita são os anjos (Mt, 13.37-39). Porém a maneira como muitos estão
enunciando a verdade bíblica, transformam o evangelho em mentira, pois
desobedecer ao imperativo da parábola de JESUS CRISTO significa "arrancar
o trigo em vez de colhê-lo; é semear o ódio no lugar do amor; é ensinar a
injustiça no lugar da justiça; é proclamar a lei no lugar do evangelho".
4- O teólogo equatoriano porta-voz da
"missão integral", René Padilha chama de problema fundamental das
igrejas, a ênfase exagerada no crescimento numérico.
Ele diz:
"em nome desse crescimento, o evangelho é diluído, os cultos são
transformados em entretenimento e o mandamento de Jesus sobre fazer discípulos
é substituído por uma estratégia de alistar o maior número possível de
convertidos às fileiras das instituições religiosas".
OBS: desde a época do antigo testamento, já havia uma preocupação com a
soberba e a vaidade proporcionada pelos números. Por favor, leiam o capitulo 6
( seis) de juízes, e o capitulo 21(vinte e hum) do primeiro livro das Crônicas.
5= O bispo Hwa Yung, da igreja metodista da Malásia,
diz que sua maior preocupação é: "a maior parte dos liberais nega o
sobrenatural, tanto na Bíblia como no presente”.
Por outro
lado, os nãos liberais costumam defender com unhas e dentes a presença do
miraculoso nas Escrituras, mas raramente associando-a com a vida real. Para
ele, há uma necessidade de uma 'REFORMA' no século 21, a qual buscará reinserir
o sobrenatural no coração do cristianismo, cujo resultado será não apenas uma
teologia bíblica mais saudável, mas também uma igreja missional mais poderosa.
6 - Para o pastor assembleiano e professor universitário NELSON
GERVONI, membro do "movimento evangélico progressista" em
Campinas-SP, a principal preocupação é que a Assembleia de Deus perdeu sua característica
de comunidade simples, tornando-se uma das denominações mais ricas do Brasil com
uma disparidade muito grande na aplicação da arrecadação.
No geral, os
pastores regionais e distritais recebem um salário muito alto, enquanto os pastores
simples das periferias experimentam "provações e apuros financeiros".
Há também, a hereditariedade do poder nas esferas regionais, onde normalmente
os lideres são substituídos pelos filhos ou parentes próximos (FAMILIOCRACIA).
Esse problema, juntamente com a centralização econômica e a falta de transparência
financeira, que são próprios das instituições contaminadas pelo abuso do poder,
pela ganancia, pelo nepotismo etc, propicia o receio de que a maior denominação
evangélica brasileira deixe de ser ASSEMBLEIA DE DEUS, e se torne ASSEMBLEIA
DOS HOMENS.
OBS: o receio
do pastor Nelson, tornou-se praticamente uma realidade na 40ª AGO de Cuiabá, no
momento do discurso do pastor Samuel Câmara. < o vídeo está na internet
>.
7= Para SERGIO DARIO C. SILVA, do Seminário Presbiteriano Renovado
de Anapolis-GO a falta de seriedade no trato do sagrado, é a maior preocupação. Ele diz que hoje é comum vermos ministros e líderes eclesiásticos
lidando com o sagrado de forma irresponsável. Há pregadores que profanam a
mensagem do santo Evangelho de Cristo, adequando-o aos seus interesses
corruptos, visando à autopromoção. Pastores, que usam a fé dos irmãos mais
simples, para escravizá-los, pois o proposito é saquear e despojar esses irmãos
para manter os próprios gastos pessoais. Lideres que transgridem as leis
divinas e induzem outros a fazer o mesmo!
CONCLUSÃO: a gritaria dos sete
preocupados citados no artigo da revista Ultimato, e com certeza de todos os
preocupados da terra, se resumem a uma única causa, ou o denominador comum:
"o analfabetismo bíblico" predominante no seio do cristianismo. Há “um
grupo de “lideres espertalhão e mal intencionado”, mas em contraposição, há
também um grupo bem numeroso de lideres "bem intencionados" mas sem
"o conhecimento bíblico". Se os dois grupos conseguem fazer sucesso e
arrebanhar multidões, o fato está alicerçado exclusivamente no
"analfabetismo bíblico" dos cristãos denominacionais, tanto católicos
romanos, quanto evangélicos.
Diante dessa
realidade trágica, é necessário que haja um "super esforço" no
sentido de que os cristãos venham a ter o desejo de estudar a BÍBLIA, despidos
de conceitos e preconceitos, para que possam enfim compreender que a doutrina a
ser seguida é a dos "apóstolos de Cristo" e, não a dos "apóstolos
e papas denominacionais".
LEMBRETE: ENSINAR OU INSTRUIR PESSOAS SOBRE COMO ENTENDER
A BÍBLIA, É ALGO INSERIDO NA PRÓPRIA BÍBLIA, ("e, correndo Filipe, ouviu
que lia o profeta Isaías, e disse: entendes porventura, o que está lendo? O
mordomo-mor de Candace respondeu: pois como posso entender, se alguém não me
ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se sentasse. Atos 8. 30 a
31"). PORÉM INSTRUIR OU ENSINAR PESSOAS USANDO A BÍBLIA PARA
"FAZER" SEGUIDORES É DEMONÍACO.
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