quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

FESTEJOS DO ANO NOVO: COMEMORAÇÃO OU SUPERSTIÇÃO?

Sempre fui um entusiasta dos festejos do Ano Novo, mas há alguns anos, algo relativo a esses festejos começaram a me incomodar. Após muitas pesquisas, várias reflexões, e inúmeros estudos bíblicos, minha sensação é de que nossa participação nesta festa de origem totalmente popular e pagã se situa muito mais no campo da SUPERSTIÇÃO do que da COMEMORAÇÃO.
Primeiramente examinei o significado das duas palavras:
COMEMORAÇÃO – 1: Ato ou efeito de comemorar. 2: Festa, solenidade.
SUPERSTIÇÃO - Sentimento de veneração religiosa que se funda no temor ou na ignorância, e que leva ao cumprimento de falsos deveres, a quimeras ou a confiança em coisas fantásticas e ineficazes; presságio infundado; crendice.
O PRIMEIRO SIGNIFICADO:
- Quando há comemoração há festa, há solenidade ou as duas, pois comemorar é "lembrar", "trazer à memória", "solenizar recordando", "simplesmente festejar", "celebrar publicamente".
Aí vêm as perguntas que representam minhas dúvidas: 
O QUE, E DO QUE NOS LEMBRAMOS? QUAL A RECORDAÇÃO A SER SOLENIZADO, O QUE É CELEBRADO PUBLICAMENTE?
No Natal celebramos publicamente o nascimento de Cristo, trazemos à memória a encarnação de Deus, e recordamos solenemente que no Jardim do Éden, Deus deu o primeiro indício do plano de salvação. (Gn 3.15).
Ao ler e analisar a Bíblia será visto que todas as festas e comemorações nela relatadas possuíam sentido claro. Mas, para a festa atual do Ano Novo não consegui ainda encontrar um sentido satisfatório.
- Muitos comentam ser este um momento de reflexão sobre as realizações do ano que termina, e ao mesmo tempo a oportunidade de projetar o ano vindouro, porém não vejo nesta explicação qualquer sentido bíblico, pois, nossa reflexão inerente ao relacionamento com Deus é diário. O pedido e a ação de graças pelo pão é uma rotina diária. A confissão do pecado acompanhada do pedido de perdão é em um momento próximo de sua manifestação.
- Alguns dizem ser momento do encerramento de um ciclo e o começo de outro, porém não se explica a que se refere esse ciclo.
Até o ano de 1582 havia uma pequena razão para se pensar dessa forma, pois, o Ano Novo se iniciava no dia 25 de março em comemoração ao início da primavera, mas desde que a Igreja no século XVI adotou o dia 01 de janeiro visando uma unificação com o calendário romano , não há qualquer tipo de ciclo terminando ou iniciando.
- Por fim, não consegui ainda entender o que há de tão importante no momento da “virada”, pois é um acontecimento cujo horário é determinado conforme as leis de cada país. Ex: No Brasil, a "virada" acontece em quatro momentos distintos. Ainda não me foi possível entender o real significado do convite aos fiéis ficarem de joelhos no momento da "virada", como se para Deus fosse um momento especial. Entendo que "ajoelhar" perante Deus, não é simplesmente colocar os joelhos no chão em um determinado instante, mas, estar em atitude de submissão em todos os momentos, submetendo a ELE todos os pensamentos, desejos e projetos. Algumas igrejas, no momento da "virada", convocam os membros de cada família a ficarem de mãos dadas neste momento tão especial, desconsiderando que ali naquele local todas as pessoas pertencem a uma única família: a família de Cristo. Isso sem falar das instituições onde o decretar, o determinar, e o profetizar no momento exato da “virada” é a praxe.
O SEGUNDO SIGNIFICADO:
- Todas as pesquisas históricas evidenciam que as comemorações da chegada de um novo ano sempre pertenceram aos pagãos, e essas comemorações sempre tiveram e ainda têm um cunho de religiosidade. Cada povo, de forma supersticiosa relacionava e ainda relaciona essa festa aos seus deuses.
Cito como exemplo os romanos a cujo dia comemorativo nos aliamos:
"Até o ano de 154 a.C realizavam a grande festa era no dia 01 de março. A partir de 153 a.C mudaram para o dia 01 de janeiro, mas a festa sempre foi em homenagem ao Deus Jano, o deus das origens.
- Os fogos que hoje se constituem na cereja do bolo, inclusive em nosso meio cristão, tiveram início com os chineses, e todo o barulho feito no momento da “virada” tinha e tem como objetivo espantar os maus espíritos.
- A primeira comemoração, chamada de festival de ano novo ocorreu na Mesopotâmia por volta do ano 2000 a.C. Na Babilônia, a festa começava na ocasião da lua nova indicando o equinócio da primavera, ou seja, um dos momentos em que o sol se aproxima da linha do equador, onde os dias e noites têm a mesma duração. Esse dia corresponde hoje ao dia 19 de março, que por sinal, é a data em que os “espiritualistas” comemoram o “ano novo esotérico”.
-No Brasil é feita uma homenagem especial a Iemanjá, com oferendas em agradecimento às bênçãos recebidas, assim como o agradecimento a realização dos pedidos. Também um momento para súplicas, de proteção e de ajuda no ano que se inicia, algo muito próximo do nosso comportamento.

A PERGUNTA QUE ME INCOMODA: Se analisarmos os atos praticados pela maioria dos integrantes de nossas igrejas, no sentido real, por ocasião do momento da "virada", o entendimento será de que estes atos são uma CELEBRAÇÃO a DEUS, ou atitudes de pessoas adeptas da SUPERSTIÇÃO?

  Coloco o ponto final deixando bem claro, que: "a intenção não é a de julgar ou condenar, mas, sim, compartilhar esta dúvida, - minha companheira a cada fim de ano - e buscar a explicação convincente para desfazê-la".

Obs: Publicado originalmente em 2012  Revista Ultimato. [ Palavra do Leitor]
             
FABIO S. FARIA


2 comentários:

  1. Está mais atrelado a superstição tal comemoração.
    Que Deus nos livre dos resquícios supersticiosos que ainda existe em nós.

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