Diante
da tribulação causada pelo “corona vírus”, uma cuidadosa reflexão em alguns
textos bíblicos é imprescindível. É importante que não busquemos e nem citemos
aleatoriamente - como muitos estão fazendo - passagens isoladas de seu
contexto, mas refletir nos princípios de Deus expostos na Bíblia como um todo,
e, dentro deste todo, o capítulo 8 de Romanos proporciona um ensino substancial
e indispensável para esta reflexão.
A carta
[epístola] aos romanos se inicia por uma breve INTRODUÇÃO (endereço, 1.1-7;
ação de graças/oração, 1.8-15; tese da carta, 1.16-17) e fecha com um EPÍLOGO
no qual Paulo explica o seu ministério, 15.14-21; fala dos projetos de viagem,
15.22-33; faz recomendações, saudações, advertências, e finaliza com uma
doxologia, 16.1-27. Entre a INTRODUÇÃO e o EPÍLOGO, a carta é dividida em três
assuntos principais, e os dois primeiros assuntos se dividem em tópicos e sub
tópicos da seguinte forma:
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I- A SALVÇÃO
PELA FÉ (Rm 1.18 a 8.39).
1º
Tópico: "COMO O HOMEM É
JUSTIFICADO," 1.18 a 4.25
- Sub
tópico a: TODOS OS HOMENS, SEM EXCEÇÃO SOB O LULGAMENTO DE DEUS; 1.18 a 3.20.
- Sub tópico b: JUSTIÇA DE DEUS UNICAMENTE
PELA FÉ, 3.21 a 5.21.
2º
Tópico: "O HOMEM JUSTIFICADO A CAMINHO DA SALVAÇÃO," 5.1 a 8.39.
- Sub
tópico a - A VIDA COM CRISTO; 6.1 a 7.6.
- Sub
tópico b - O HOMEM SEM CRISTO SOB O PECADO; 7.7 A 7.25.
- Sub
tópico c - A VIDA DO CRENTE NO ESPÍRITO;
8.1 a 8.39.
II - A
SITUAÇÃO E SALVAÇÃO DE ISRAEL (9.1 a 11.36)
1º
Tópico: "A PALAVRA DE DEUS NÃO FALHOU," 9.6 a 9.29.
2º
Tópico: "AS RAZÕES DA SITUAÇÃO DE ISRAEL", 9,30 a 10.21.
3º
Tópico: "DEUS NÃO REJEITOU ISRAEL E O SALVARÁ", 11.1 a 11.33.
III - A
RESPOSTA DOS CRISTÃOS (12.1 a 15.13).
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O capítulo 8 - foco deste estudo - faz
parte do assunto I [salvação pela fé], do tópico 2 [o homem a caminho da
salvação], do sub tópico c [a vida do crente no Espírito].
O
contexto do capítulo nos é apresentado subdividido em cinco textos:
A- "A
vida do Espírito, 1-12"; B-"Como são os filhos de Deus graças ao
Espírito, 14-17"; C- "Como os filhos são destinados à glória, 18-26;“
D-
"O plano da salvação, 27-30"; E- "Hino ao amor de Deus,
28-30".
O Apóstolo Paulo inicia o primeiro
texto opondo o regime novo do Espírito (a justificação pela fé sem a prática da
lei) designando a palavra "espírito" como sendo a própria pessoa do
Espírito Santo renovando com sua presença o espírito do homem, demonstrando que
a Lei mosaica, a norma de conduta, não havia sido e nem era princípio de
salvação. Só Cristo, o próprio Deus, ao se fazer carne semelhante à do pecado e
em vista do pecado, destruindo esta carne em sua pessoa pela sua morte, é que
pode destruir o pecado reinante nesta carne e desta forma faz com que o
preceito da Lei se cumpra em nós, algo que só é possível pela união com Cristo
por meio da fé, cujo objetivo resume-se no mandamento do amor.
Se em razão do pecado, a morte passou a
todos os homens, porque todos pecaram, ou seja, o corpo foi destinado à morte
física tornando-se instrumento de morte espiritual, o Espírito é vida e poder
de ressurreição, algo que nos cristãos está em estreita dependência da
ressurreição der Cristo, porque é por este mesmo poder e pelo dom do Espírito, que
o PAI irá por sua vez ressuscitar os cristãos.
Esta obra se projeta desde agora em uma
vida nova que torna os cristãos em filhos à imagem do FILHO, os incorporando ao
Cristo ressuscitado, algo que se realiza pela fé e pelo batismo. Mais que
simples "mestre interior", o Espírito é o princípio de vida
propriamente divina em Cristo (o amor de Deus derramado em nossos corações
perlo Espírito Santo que nos foi dado).
Ainda
neste mesmo sentido, Paulo lembra aos cristãos que os sofrimentos do tempo
presente não têm proporção com a glória a ser revelada, e o mundo material criado
pelo homem participa deste destino.
Amaldiçoado por causa do pecado do homem
(GN 3.17), ele se encontra atualmente em estado de tensão submetido à vaidade,
a qualidade de ordem moral ligada ao pecado do homem, "servidão da
corrupção", qualidade de ordem física, mas como o corpo do homem destinado
à glória, é também objeto da redenção e participará da "liberdade“ do
estado glorioso.
A vida
do cristão no Espírito é uma vida de dependência, pois é o Espirito Santo que
os socorre em suas fraquezas, já que eles não sabem orar como convém, é o
Espírito Santo que intercede por eles com gemidos "inefáveis", e o
PAI que perscruta os corações sabe qual é o desejo do Espírito, pois é segundo
o próprio PAI é que ele intercede pelos filhos destinados à glória, os santos.
Ao refletirmos sobre tudo isto,
e sabedores de QUE DEUS COOPERA EM TUDO PARA O BEM DAQUELES QUE O AMAM,
DAQUELES QUE SÃO CHAMADOS SEGUNDO O SEU DESÍGNO, sabedores de que Deus é
ONISCIENTE - sabe tudo que irá acontecer -, ONIPRESENTE - presencia tudo que
acontece -, ONIPOTENTE - tem o controle de tudo, ou seja, pode permitir ou
impedir os acontecimentos -, podemos concluir, com toda a certeza, que se ELE
não impediu a pandemia causada pelo “corona vírus” é porque de alguma forma,
por algum motivo, ela serve ao SEU propósito. Além do mais, não podemos
esquecer em momento algum, de que o nosso propósito precisa estar plenamente
alinhado, acoplado ao propósito de Deus. Portanto, neste momento de aflição e
angústia a única atitude que cabe fazer é voltarmo-nos para ELE e
discernir o SEU propósito. É momento de profunda reflexão, de muita oração, de
entrega total, de buscar saber qual é o propósito, na esperança de que ELE nos
revele!
Goiânia, 23 de março de 2020.
Fabio Silveira de Faria
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