BÍBLIA: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual, mas
eu sou carnal, vendido à escravidão do pecado”. Porque nem mesmo compreendo o
meu próprio modo de agir, porque não pratico aquilo que prefiro, e sim o que
detesto. Agora, se pratico o que não quero, consinto com a lei, que é boa.
Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que
habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem
algum, pois o querer o bem está em mim, não, porém o efetua-lo. Afinal, não
faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Então, se eu faço o
que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. ” (Romanos,
07.14 ao 20).
A FÁBULA: O jovem sapo se preparava para atravessar o
caudaloso rio, quando o escorpião postou-se ao lado, e lhe pediu gentilmente:
- “Sr. Sapo, faça a gentileza de me transportar até a margem oposta”.
- Sem
pestanejar, o Sapo respondeu: “nobre escorpião, me é impossível atender seu
pedido, já que não há aqui nada em que você possa ser colocado, e em minhas
costas é inviável, pois o veneno de seu ferrão é fatal aos sapos”.
-De forma
calma o escorpião replicou: “Sr Sapo, por um acaso seria eu tão louco a ponto
de ferroá-lo? Se assim o fizer, estaria cometendo suicídio, pois não sei
nadar”.
O Sapo ponderando sobre esse argumento cedeu ao pedido do escorpião, e
permitiu que ele subisse em suas costas. Tudo parecia ir muito bem, até que, na metade da travessia o Sapo sentiu a fatal ferroada do escorpião.
Já enfraquecido pelo veneno, fez a pergunta que não podia calar:
-“Por qual
motivo, tomou essa decisão? Você não sabe nadar, agora pereceremos juntos”.
- Sem
perder a calma o escorpião explicou: “é a minha natureza; sua força é maior que
meu desejo”.
"Ao se fazer uma reflexão sobre a fábula acima descrita,
fica evidente que o escorpião pereceu por não conseguir controlar seu instinto
assassino. A força desse instinto natural superou e dominou amplamente, não só
a vontade, mas também a razão. O instinto arraigado em sua natureza, o induziu
a desprezar o bom senso, e agir de forma oposta ao seu desejo.
A força e o
domínio desse instinto, além de ser os elementos da confissão, é também o tema,
sobre o qual o apostolo Paulo faz uma vasta, e precisa explanação em Romanos 7.
14 a 20. Ele afirma haver em seu interior uma força dominante, que o obriga a
tomar atitudes contrárias ao seu desejo, ou seja: “o bem desejado não é feito,
mas o mal indesejado é realizado”.
O escorpião da fabula diz: É A MINHA
NATUREZA.
O apostolo afirma:
É O PECADO QUE HABITA EM MINHA NATUREZA. "
Diante disso a pergunta necessária é:
COMO É POSSÍVEL SER DESTA FORMA?
A resposta é que todo ser herda
um temperamento básico dos seus pais, o qual contém forças positivas
(virtudes), e negativas (fraquezas). Na Bíblia, a força negativa do
temperamento recebe varias denominações tais como: “mente corrompida” em 2ªTm
3.8; “disposição mental reprovável” em
Rm 1.28; “a carne” em Rm 7.18. Paulo estabelecia uma diferença entre ele
próprio e a força incontrolável dentro de si ao dizer “Não sou mais eu quem o
faz, mas sim o pecado que habita em mim”. O “eu” é a pessoa de Paulo, sua alma,
sua vontade, e sua mente . Já, o “pecado” que habitava nele, era a fraqueza natural que todos os
seres humanos, herdam de seus genitores. É o impulso básico do nosso ser que
procura satisfazer as suas necessidades. Para haver uma melhor compreensão
deste controle sobre as nossas ações e reações, devemos fazer uma distinção
cuidadosa entre os significados de temperamento, caráter e personalidade, definindo-os.
TEMPERAMENTO: [a combinação de características congênitas
que subconscientemente afetam o procedimento do individuo, e são dispostas
geneticamente com base na nacionalidade, raça, sexo e também em outros fatores
hereditários; essas características são transmitidas pelos genes.]
CARÁTER: [o verdadeiro “eu”. A Bíblia se refere a ele
como a “essência secreta do coração”. É o resultado do temperamento natural
aperfeiçoado pela disciplina e educação
recebidas na infância, pelos comportamentos básicos, crenças, princípios e
motivações. É, algumas vezes, denominada “a alma” do homem, que é composta de
mente, emoção e vontade.]
PERSONALIDADE: [o semblante externo de nós mesmos, que
pode ser ou não igual ao nosso caráter, dependendo de quão autentico sejamos.
Em inúmeros momentos a personalidade é uma fachada agradável para um caráter
desprezível e medíocre. Muitas pessoas, hoje em dia, representam um papel,
pautando a sua atuação naquilo que supõem que um individuo deva ser, e não no
que elas realmente são. Esta é a formula para o caos mental e espiritual, tendo
como causa a obediência à norma humana de conduta aceitável.]
A Bíblia nos diz:
“o homem olha a aparência externa, e Deus olha o coração”; e “as fontes da vida
têm origem no coração”. Por essa causa sabe-se que a área a ser mudada de
procedimento está dentro do indivíduo, e não fora dele. Em resumo, o
temperamento é a reunião de características com as quais nascemos; o caráter é
o nosso temperamento “civilizado”; e a personalidade é o “rosto” que mostramos
ao próximo.
OBS: 1- os trechos entre colchetes foram extraídos do livro de
TIM LaHAYE: “TEMPERAMENTO CONTROLADO PELO ESPIRITO”
ed. Loyola.
OBS 2 - Este texto é parte do estudo "REFLEXÃO E PARADIGMA", elaborado para debate em "grupos de estudos bíblicos e para a EBD!
Por Fabio S. Faria, em Maio de 2010!
0 comentários: