domingo, 12 de julho de 2015

O PECADO E O TEMPERAMENTO!


BÍBLIA: “Porque bem sabemos que a lei é espiritual, mas eu sou carnal, vendido à escravidão do pecado”. Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, porque não pratico aquilo que prefiro, e sim o que detesto. Agora, se pratico o que não quero, consinto com a lei, que é boa.    
Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum, pois o querer o bem está em mim, não, porém o efetua-lo. Afinal, não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. Então, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim. ” (Romanos, 07.14 ao 20).

A FÁBULA: O jovem sapo se preparava para atravessar o caudaloso rio, quando o escorpião postou-se ao lado, e lhe pediu gentilmente:
- “Sr. Sapo, faça a gentileza de me transportar até a margem oposta”.
- Sem pestanejar, o Sapo respondeu: “nobre escorpião, me é impossível atender seu pedido, já que não há aqui nada em que você possa ser colocado, e em minhas costas é inviável, pois o veneno de seu ferrão é fatal aos sapos”. 
-De forma calma o escorpião replicou: “Sr Sapo, por um acaso seria eu tão louco a ponto de ferroá-lo? Se assim o fizer, estaria cometendo suicídio, pois não sei nadar”.
 O Sapo ponderando sobre esse argumento cedeu ao pedido do escorpião, e permitiu que ele subisse em suas costas. Tudo parecia ir muito bem, até que, na metade da travessia o Sapo sentiu a fatal ferroada do escorpião. 
Já enfraquecido pelo veneno, fez a pergunta que não podia calar:
-“Por qual motivo, tomou essa decisão? Você não sabe nadar, agora pereceremos juntos”. 
- Sem perder a calma o escorpião explicou: “é a minha natureza; sua força é maior que meu desejo”.

"Ao se fazer uma reflexão sobre a fábula acima descrita, fica evidente que o escorpião pereceu por não conseguir controlar seu instinto assassino. A força desse instinto natural superou e dominou amplamente, não só a vontade, mas também a razão. O instinto arraigado em sua natureza, o induziu a desprezar o bom senso, e agir de forma oposta ao seu desejo.
A força e o domínio desse instinto, além de ser os elementos da confissão, é também o tema, sobre o qual o apostolo Paulo faz uma vasta, e precisa explanação em Romanos 7. 14 a 20. Ele afirma haver em seu interior uma força dominante, que o obriga a tomar atitudes contrárias ao seu desejo, ou seja: “o bem desejado não é feito, mas o mal indesejado é realizado”. 
O escorpião da fabula diz: É A MINHA NATUREZA.
O apostolo afirma: É O PECADO QUE HABITA EM MINHA NATUREZA. "

Diante disso a pergunta  necessária é: 
                        COMO É POSSÍVEL SER DESTA FORMA? 

A resposta é que todo ser herda um temperamento básico dos seus pais, o qual contém forças positivas (virtudes), e negativas (fraquezas). Na Bíblia, a força negativa do temperamento recebe varias denominações tais como: “mente corrompida” em 2ªTm 3.8; “disposição mental reprovável” em  Rm 1.28; “a carne” em Rm 7.18. Paulo estabelecia uma diferença entre ele próprio e a força incontrolável dentro de si ao dizer “Não sou mais eu quem o faz, mas sim o pecado que habita em mim”. O “eu” é a pessoa de Paulo, sua alma, sua vontade, e sua mente . Já, o “pecado” que habitava  nele, era a fraqueza natural que todos os seres humanos, herdam de seus genitores. É o impulso básico do nosso ser que procura satisfazer as suas necessidades. Para haver uma melhor compreensão deste controle sobre as nossas ações e reações, devemos fazer uma distinção cuidadosa entre os significados de temperamento, caráter e personalidade, definindo-os.

TEMPERAMENTO: [a combinação de características congênitas que subconscientemente afetam o procedimento do individuo, e são dispostas geneticamente com base na nacionalidade, raça, sexo e também em outros fatores hereditários; essas características são transmitidas pelos genes.]
CARÁTER: [o verdadeiro “eu”. A Bíblia se refere a ele como a “essência secreta do coração”. É o resultado do temperamento natural aperfeiçoado  pela disciplina e educação recebidas na infância, pelos comportamentos básicos, crenças, princípios e motivações. É, algumas vezes, denominada “a alma” do homem, que é composta de mente, emoção e vontade.]
PERSONALIDADE: [o semblante externo de nós mesmos, que pode ser ou não igual ao nosso caráter, dependendo de quão autentico sejamos. Em inúmeros momentos a personalidade é uma fachada agradável para um caráter desprezível e medíocre. Muitas pessoas, hoje em dia, representam um papel, pautando a sua atuação naquilo que supõem que um individuo deva ser, e não no que elas realmente são. Esta é a formula para o caos mental e espiritual, tendo como causa a obediência à norma humana de conduta aceitável.]
 A Bíblia nos diz: “o homem olha a aparência externa, e Deus olha o coração”; e “as fontes da vida têm origem no coração”. Por essa causa sabe-se que a área a ser mudada de procedimento está dentro do indivíduo, e não fora dele. Em resumo, o temperamento é a reunião de características com as quais nascemos; o caráter é o nosso temperamento “civilizado”; e a personalidade é o “rosto” que mostramos ao próximo.

OBS: 1- os trechos entre colchetes foram extraídos do livro de 
TIM LaHAYE: “TEMPERAMENTO CONTROLADO PELO ESPIRITO”
 ed. Loyola.

OBS 2 - Este texto é parte do estudo "REFLEXÃO E PARADIGMA", elaborado para debate em "grupos de estudos bíblicos e para a EBD!             

Por Fabio S. Faria, em Maio de 2010!


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