quarta-feira, 30 de março de 2016

UM SUSSURRO DE ALERTA!



                   [O CORRETO TALVEZ SEJA "UM GRITO DE ALERTA", MAS COMO O NÚMERO DE PESSOAS QUE IRÃO ACESSAR ESTE TEXTO SERÁ INSIGNIFICANTE EM RELAÇÃO AO NÚMERO DE CRISTÃOS EXISTENTES, PODE-SE AFIRMAR QUE É APENAS UM "SUSSURRO"; PORÉM, NADA IMPEDE DE CRER QUE DEUS O POSSA MULTIPLICAR ATÉ TRANSFORMÁ-LO EM UM "GRITO"!]

     "A reparação dos males existentes na Igreja ou o evitar dos erros e dos costumes equívocos é outro valor do estudo do passado da Igreja. O presente é certamente o produto do passado e a semente do futuro. O apóstolo Paulo nos lembra em 1ª Corintios 10:6 a 11, que os eventos do passado devem nos ajudar a evitar o mal e buscar o bem."
 [Earle E. Cairns em O Cristianismo Através dos Séculos]
               Há quase dois mil anos iniciava-se a vida concreta do Cristianismo, e como a própria história da Igreja mostra, a falta de conhecimento da História, aliada às interpretações errôneas das Escrituras foi e continua sendo a razão principal do porquê de muitos se enveredarem no caminho de falsas teologias absorvendo práticas erradas, se apoiando nas tradições de antigas seitas, se agasalhando embaixo do teto da doutrina de velhas heresias, as chamando de ato profético para o fortalecimento da fé.
              No início desta história, a Bíblia relata em Atos 1:9 -11, que Jesus foi elevado às alturas na presença de seus discípulos, e estando estes com os olhos fitos no céu assistindo ao maravilhoso evento, se puseram ao lado deles dois varões vestidos de branco e disse-lhes: "Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir"
           Cerca de trinta  anos depois, o apóstolo Pedro escrevendo aos cristãos residentes nas regiões da Ásia Menor, a quem chamou de peregrinos, dedicou uma boa parte de sua 2ª epístola à lembrá-los que os céus e a terra agora existentes, pela mesma palavra dada em sua criação, tem sido entesourados para o fogo, estando reservados para o Dia do Juízo, e caso houver demora para isto acontecer, o único motivo é a longanimidade de Deus para com os homens, pois seu desejo é que as pessoas não venham a perecer, mas que cheguem ao arrependimento.
         Nesse mesmo período, o apóstolo Paulo em suas epístolas aos cristãos, especialmente aqueles saídos da comunidade dos gentios, também fez estas mesmas advertências, sempre com a exortação de que no final dos tempos haverá uma grande apostasia, e será revelado o homem da iniquidade, o filho da perdição (2ªTs cap 2). 
         E, finalmente, no ocaso do primeiro século, o apóstolo João recebeu de Jesus a revelação dos acontecimentos dos últimos dias, conforme a narração do livro "Revelação [Apocalipse].
                Hoje, 20 séculos se passaram e quando olhamos ao nosso redor é possível distinguir com nitidez que o fim desta era se aproxima. A cada dia o amor se esfria mais, proporcionando uma rápida desvalorização da vida em relação aos valores materiais. O tempo de vida terrena do homem tem se prolongado, porém a cada novo programa de computador que é criado, esse homem se aproxima mais e mais de uma existência mecânica controlada por máquinas. 
              A cada dia fica mais evidente de que estamos caminhando a passos largos para uma vida onde não seremos cônscios de nós mesmos, mas apenas fantoches nas mãos de alguma “supermáquina”.
                       Em uma reportagem recente, o cientista e inventor americano Dr Raymond Kurzwell afirma categoricamente que até o ano de 2030 seremos todos “cyborgs”, e que o computador comum será mil vezes mais potente que o cérebro humano.
                     Diante de tantos sinais, o Cristianismo que é possuidor e detentor da palavra da verdade, cuja essência se manifesta no amor de Deus pela humanidade ao enviar seu filho unigênito para que todo aquele que aceitar gratuitamente o sacrifício da cruz não venha a perecer, mas sim obter a vida eterna, se cala e se omite, concentra seu poder de fogo em pregações e lutas onde a “Cruz de Cristo” é superada pelo humanismo e pelo conforto terreno. 
                       Enquanto na “Igreja Romana” o foco preferido são as procissões de veneração aos santos, as festas em homenagem aos mesmos, as lamentações e adoração a um Cristo morto, na “Igreja Evangélica”, o foco se concentra nas vitórias pessoais e materiais dos fiéis, e os exemplos ditos a ser seguidos são as atitudes dos "heróis" bíblicos do VT como Abraão, Jacó, Josué, Sansão, Gideão, Davi, etc, afirmando que quem tiver comportamento semelhante a estes homens terá a vitória assegurada, e assim poderá comer o melhor desta terra. Há no meio evangélico uma recusa total em colocar em prática as “bem aventuranças” ensinadas por Jesus.
               Quatro séculos antes de Cristo, Sócrates o filósofo grego, já afirmava que: “quanto menos se alimentar o desejo do ego, mais próximo se estará dos deuses”, e nos dias atuais enquanto buscamos diuturnamente satisfazer o nosso ego carnal, a volta de Jesus tal qual foi anunciada em Atos 1, se torna mais visível, mas ao invés de fazermos um “strip-tease” de nossos desejos impuros, a fim de não sermos barrados na entrada da “porta estreita”, preferimos buscar em Deus a realização destes desejos, e caminhamos firme pelo amplo e espaçoso caminho da perdição, alegremente cantando ao “sabor de mel” que vivemos hoje livres do pecado, que vivemos as promessas dos milagres, sem parar e refletir que o real, o maior de todos os milagres, aconteceu no 3º dia após a obra da cruz:
“JESUS CRISTO RESSUSCITOU PARA QUE PUDÉSSEMOS SER FEITOS FILHOS DE DEUS”!

                  Fabio S. Faria em um trabalho da matéria "História do Cristianismo",  no Seminário Teológico Batista Nacional, no ano de 2006!



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sábado, 26 de março de 2016

O JEJUM QUE AGRADAVA A DEUS!




[Grita a pleno pulmões, não te contenhas, levanta tua voz como trombeta, e faze ver ao meu povo a sua transgressão, à casa de Jacó o seu pecado. É a mim que eles buscam todos os dias, mostram interesse em conhecer os meus caminhos como se fosse uma nação que pratica a justiça, que não abandona o direito estabelecido pelo seu Deus. Pedem-me leis justas, mostram interesse em estar junto de Deus! E perguntam: “por que jejuamos e tu não o vê”? “Mortificamo-nos e tu não toma conhecimento disso”? A razão está em que jejuais para entregar-vos a contenda e rixas, para ferirdes com punho perverso. Não continueis a jejuar como a gora, se quereis que a vossa voz seja ouvida nas alturas! Por acaso é este o jejum que escolhi, o dia em que o homem se mortifique? Por acaso a esse inclinar de cabeça como um junco, a esse fazer a cama sobre pano de saco e cinza, acaso é a isso que chamas jejum e dia agradável a Iahweh? Por acaso não consiste nisto o que escolhi: em romper os grilhões da iniquidade, em soltar as ataduras do jugo, e por em liberdade os oprimidos e despedaçar todo o jugo? Não consiste em repartir o teu pão com o faminto, em recolheres em tua casa os pobres desabrigados, em vestires aquele que vês nu, e em não te esconderes daquele que é tua carne?
Se fizeres isto, a tua luz romperá como a aurora, a cura das tuas feridas se operará rapidamente, a tua justiça irá à tua frente, e a glória de Iahweh irá à tua retaguarda. Então clamarás e Iahweh responderá, clamarás por socorro e Ele dirá: “Eis-me aqui!” Isto, se afastares do meio de ti o jugo, o gesto ameaçador e a linguagem iníqua; se tu te privares para o faminto, e se tu saciares o oprimido, tua luz brilharás nas trevas, a escuridão será para ti como a claridade do meio dia.]

O texto acima é um trecho (versos 1 a 10) do capítulo 58 de Isaías, que muitos estudiosos consideram ser um oráculo pós exílico, oráculo este que reclama da não interiorização das práticas religiosas segundo o espírito dos grandes profetas, conforme: a) Isaías 1:10-20 
[ Ouvi a palavra de Iahweh, chefe de Sodoma, prestai atenção à instrução do nosso Deus, povo de Gomorra! Que me importam os vossos inúmeros sacrifícios, diz Iahweh. Estou farto de holocaustos de carneiros e da gordura de bezerros cevados; no sangue de touros, de cordeiros e de bodes, não tenho prazer Quando vindes à minha presença, quem vos pediu que pisásseis meus átrios? Basta de trazer-me oferendas vãs; elas são para mim incenso abominável. Lua nova, sábado e assembléia, não posso suportar falsidade e solenidade! Vossas luas novas e vossas festas, minha alma as detesta; elas são para mim um fardo; estou cansado de carregá-lo! Quando estendeis vossas mãos, desvio de vós meus olhos; ainda que multipliqueis a oração não vos ouvireis. Vossas mãos estão cheias de sangue; lavai-vos e purificai-vos! Tirai da minha vista vossas más ações! Cessai de praticar o mal, aprendei a fazer o bem! Buscai o direito, corrigi o opressor! Fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva! 
Então, sim, poderemos discutir. Diz Iahweh: ainda que vossos pecados sejam como escarlate,tornar-se-ão alvos como a neve; ainda que sejam vermelhos como carmesim, tornar-se-ão como a lã. Se quiserdes obedecer, comereis o fruto precioso da terra, mas se vos recusardes e vos rebelardes, sereis devorados pela espada. 
Eis o que a boca de Iahweh falou!] 
b) Amós 5:21-27:
 [Eu odeio, eu desprezo as vossas festas e não gosto de vossas reuniões. Porque, se me ofereceis holocaustos..., não me agradam as vossas oferendas, e não olho para o sacrifício de vossos animais cevados. Afasta de mim o ruído de teus cantos, eu não posso ouvir o som de tuas harpas! Que o direito corra como a água e a justiça como um rio caudaloso! 
Por acaso ofereceste-me sacrifícios e oferendas no deserto, durante quarenta anos, ó casa de Israel? Suportarei Sacut, vosso rei, e a estrela de vosso deus, Caivã, imagens que fabricastes para vós?
Eu vos deportarei para além de Damasco (Assíria), disse Iahweh - Deus dos Exércitos é o seu nome.]

O JEJUM!
 Pela Torá, a Lei de Moisés, o JEJUM só era prescrito para a festa da Expiação [Iahweh falou a Moisés e disse: "Mas o décimo dia do sétimo mês é o dia das Expiações. Tereis santa assembléia. JEJUAREIS e apresentareis oferenda queimada a Iahweh. Nesse dia não fareis trabalho algum, pois é o dia das Expiações, quando se fará por vós o rito de expiação diante de Iahweh vosso Deus. E toda pessoa que não jejuar nesse dia será eliminada de seu povo; e toda pessoa que fizer algum trabalho nesse dia, eu a exterminarei do meio do seu povo. Nenhum trabalho fareis; é uma lei perpétua para vossos descendentes, onde quer que habiteis. Será para vós um dia de repouso completo. Jejuareis e, à tarde do nono dia do mês, desde essa tarde até a tarde seguinte, cessareis completamente o trabalho."] Mas, em determinadas épocas, multiplicaram-se os dias de jejum, quer para comemorar aniversários de luto (Zc, 7:1-5; e 8:18-19), quer para implorar misericórdia divina (Jr 36: 6-9).
A exortação contida nos oráculos destes profetas [Isaías, Amós e Zacarias] era uma forma de lutar contra o ritualismo ao qual não corresponde um sentimento interior. Também foi com este sentido que Jesus Cristo usou o texto de Isaías 29.13 para exortar os fariseus, quando estes invalidavam a Palavra de Deus ao considerarem mais importante suas tradições:
Mateus 15.8,9: 
"Este povo me honra com os lábios , mas o coração está longe de mim. em vão me prestam cultos, pois o que ensinam são apenas mandamentos humanos."
             Para Deus, o jejum que era feito sem confissão e arrependimento dos pecados, o jejum cuja finalidade era de interesse particular ou para obtenção de favores, o jejum cujo sentimento não fosse fazer o bem, que não buscasse o direito, que não corrigisse o opressor, que não fizesse justiça ao órfão, que não defendesse a causa da viúva, não tinha valor algum. Pelo contrário, era algo abominável e ofensivo. 
             Para Deus, o jejum verdadeiro, o jejum agradável, o único aceitável era quando havia nos jejuantes a disposição de romper os grilhões da iniquidade, o desejo de vestir e calçar o nu, de compartilhar o pão com o faminto, de acolher o desabrigado, e de estar sempre à disposição dos necessitados. 

A PERGUNTA REFLEXIVA:  

           "SERÁ QUE NOS DIAS ATUAIS, DEUS MUDOU SUA FORMA DE PENSAR"?
             
                                      FABIO S. FARIA 



                                  




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quinta-feira, 24 de março de 2016

A CEIA DO SENHOR!




A CEIA DO SENHOR!
A "ceia do Senhor" foi instituída pelo mandamento de Cristo e também por seu exemplo.
Na noite anterior à sua morte, Cristo reuniu seus discípulos para comer com a refeição da Páscoa [ Leia Mateus 26.26 a 29; Marcos 15.22 a 25; Lucas 22.17 a 20], e devido a ceia ter sido celebrada em ligação com a Páscoa, podemos presumir que o pão era sem fermento.
Jesus agradeceu (eucharisteo, de onde vem a palavra “eucaristia”) a refeição. O fato de a instituição da “ceia do Senhor” estar ligada à refeição da Páscoa está evidente na expressão “depois de haver ceado” [1ªCo 11,25], o jantar da Páscoa. É praticamente certo que a 1ª carta aos coríntios foi escrito antes dos evangelhos, o que significa que o relato de Paulo é o mais antigo que temos da instituição da “ceia do Senhor”!
O SIGNIFICADO DA CEIA DO SENHOR!
O objetivo inicial da "ceia do Senhor" foi a comunhão em torno de uma mesa, compartilhando uma refeição. Enquanto os cristãos comiam o pão e bebiam o vinho, deviam recordar a presença do Senhor com as palavras "em memória de mim" [1Co 11.24]
Recordar significa transportar para o presente uma ação do passado de tal modo que sua força e vitalidade originais não se percam. É uma rememoração da vida e morte do Senhor!
Assim como a Páscoa era o meio que, de modo dinâmico, permitia aos judeus reviver a experiência dos seus antepassados no Egito, a "ceia do Senhor" leva os cristãos de volta para as cenas da redenção do Senhor, fazendo com que eles memorizem e experimentem novamente as bênçãos da sua paixão.
O pão simboliza sua vida sem pecado, que o qualificou para ser um sacrifício perfeito pelo pecado. Representa o seu corpo, sobre o qual ele de fato levou nossos pecados na cruz [1Pe 2.24]. Seu sangue derramado é representado pelo vinho. Os cristãos devem ver esses elementos como meios de serem levados de volta às cenas da morte do Senhor. 
A participação do cristão na "ceia do Senhor" demonstra sua resposta ao amor do Senhor, que carregou a cruz!
O ATO DA CEIA DO SENHOR
A “ceia do Senhor”, basicamente, é um anúncio do Evangelho,  [1ª Co 11: 26], um sermão pregado pela Igreja, em silêncio. A “ceia do Senhor” costuma despertar a expectativa da segunda vinda, conforme o relato de Mateus 26:29. Assim, ela aponta além de si mesma para a esperança futura do Reino de Deus.
Quando os cristãos participam da “ceia do Senhor” são lembrados da unidade do corpo de Cristo e da comunhão que têm entre si.
O ato é tão simples  e até uma criança que crê pode participar com compreensão do que acontece; mas, também apresenta tantas ramificações doutrinárias que até o cristão mais maduro pode não entender  completamente o seu sentido.

A PRÁTICA DA CEIA DO SENHOR
 A Igreja foi instruída a continuar celebrando a “ceia do Senhor” [1ªCo 11:24], sempre lembrando que ela confere uma ênfase necessária na morte e na ressurreição do Senhor que firmou a nova aliança [1ª Co 11: 25 – ver também Jr 31: 31 a 34].
Não há diretrizes específicas sobre quando a “ceia do Senhor” deve ser observada. As implicações do Novo Testamento, porém, levam-nos  a perceber que ela era celebrada com regularidade, e muitas vezes, normalmente no primeiro dia da semana [Atos 20.7].
Assim, pelo ensino e pela prática dos apóstolos, o passado, o presente e o futuro se unem em uma só festa sagrada e alegre da “ceia do Senhor”. De fato, nesse ato se expressa tudo o que o cristianismo significa. Um só senhor encarnado, vitorioso e agente da expiação é o resumo e a essência do gesto.
Vemos na “ceia do Senhor” a inter-relação dramatizada entre as relações humanas e o relacionamento com Deus. A essência da experiência está na comunhão e na adoração, na refeição comunitária e, ao mesmo tempo, na recordação da morte do Senhor Jesus Cristo em nosso favor.


FONTE: MANUAL BÍBLICO VIDA NOVA edição 2001.




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