sábado, 7 de abril de 2012

A IRA E O AMOR DE DEUS.


John Piper – Jesus sofreu e morreu para absorver a ira de Deus


Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro). Gálatas 3.13
Deus propôs [a Cristo], no seu sangue, como propiciação, mediante a fé, para manifestar a sua justiça, por ler Deus, na sua tolerância, deixado impunes os pecados anteriormente cometidos. Romanos 3.25
Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. 1 João 4.10
Se Deus não fosse justo, não haveria exigência para o sofrimento e a morte de seu Filho. E se Deus não fosse amoroso, não haveria disposição do Filho de sofrer e morrer. Mas Deus é justo e amoroso. Assim, seu amor se dispõe a cumprir as exigências de sua justiça.
A lei de Deus exige: “Amarás… o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (Dt 6.5). Porém, todos temos amado mais a outras coisas. O pecado é isso — desonrar a Deus pela preferência de outras coisas, e agir com base nessas preferências. Assim, diz a Bíblia que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23). Nós glorificamos aquilo em que mais temos prazer. E não é Deus.
Sendo assim, o pecado não é algo pequeno, porque não é uma falta contra um pequeno suserano. A seriedade do insulto aumenta com a dignidade daquele que é insultado. O Criador do universo é infinitamente digno de respeito, admiração e lealdade. Sendo assim, deixar de amá-lo não é trivial — é uma traição. Difama a Deus e destrói a felicidade humana.
Como Deus é justo, ele não varre esses crimes para debaixo do tapete do universo. Ele tem ira santa contra eles. Merecem a punição e isso fica muito claro “porque o salário do pecado é a morte” (Rm 6.23). “A alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18.4).
Existe uma santa maldição pairando sobre todo o pecado. Não punir seria injustiça. Seria endossar o desmerecimento de Deus. Uma mentira estaria reinando sobre o cerne da realidade. Assim, Deus disse: “Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las” (Gl 3.10; Dt 27.26).
Mas o amor de Deus não descansa com a maldição que paira sobre toda a humanidade pecaminosa. Ele não se contenta em demonstrar a ira, por mais santa que seja. Assim, Deus envia seu próprio Filho para absorver a sua ira e carregar a maldição no lugar de todos quantos nele confiam. “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar” (GI 3.13).
É esse o significado da palavra “propiciação” no texto acima citado (Rm 3.25). Refere-se à remoção da ira de Deus por prover um substituto. O próprio Deus oferece o substituto. Jesus Cristo não apenas cancela a ira; ele absorve-a e desvia-a de nós para si mesmo. A ira de Deus é justa, e foi executada, não retirada.
Não podemos brincar com Deus ou deixar por menos o seu amor. Jamais estaremos diante de Deus maravilhados por sermos por ele amados até que reconheçamos a seriedade de nosso pecado e a justiça de sua ira contra nós. Mas quando, pela graça, acordamos para nossa própria indignidade, podemos olhar o sofrimento e a morte de Cristo e dizer: “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” (1Jo 4.10).
Fonte: A Paixão de Cristo, Editora Cultura Cristã, p. 21-23.
Extraído de monergismo.com

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